13 setembro 2005

Riso

Ouviu ele dizer algo sobre querer um pouco de amor e o beijou, não porque estivesse disposta a dá-lo, mas para conseguir segurar a imensa vontade de rir daquela situação. Ele mal sabia o nome dela e provavelmente não sabia o que estava fazendo com ela ali. Talvez fosse tédio, falta do que fazer, carência, talvez tivesse achado ela gostosinha, por que não? Talvez ele fosse romântico, do tipo que se apaixona fácil.
Para ela, o caso dele era álcool combinado com carência e falta do que fazer... Mas e o caso dela? Pensou... É, era só tédio mesmo. Não acreditava em amor, e a sua paixão já tinha um dono que não a queria. Achava que esse tipo de distração faria com que ela talvez o esquecesse, e numa hipótese mais remota, talvez até se apaixonasse por outra pessoa. Sabia que isso era um erro, mas de qualquer maneira, nada fazia muito sentido para ela. No final das contas, se condenaria por ter rido dele, mesmo que fosse mentira, pois não conseguia mais admitir seu próprio cinismo. E depois riria de si mesma e de toda a situação, afinal de contas, o que é o amor quando se está de porre?

Um comentário:

  1. Anônimo12:35 PM

    Pois é... Cada lição vamos aprendendo ao longo da vida né? Resta-nos ter paciência para todas elas, hã? Tu sabes do que estou falando... Smack!!

    ResponderExcluir