18 abril 2007

Dos dias em que a gente não tem nada pra dizer...

... porque parece que vida estagnou. E por mais que você faça coisas diferentes, parecem a mesma coisa. Ou melhor, parece que quebrar a rotina é a própria rotina. Aí você olha em volta... bem, está todo mundo feliz e contente. Fazendo as mesmas coisas de sempre, discutindo as mesmas coisas e tudo parece muito normal. Porque no fundo, ninguém tem uma vida interessante todos os dias, não é interessante sempre e etc. E o grande lance é esse, ou talvez seja... conseguir às vezes fazer as mesmas coisas, dizer as mesmas coisas e se sentir bem com isso.

17 abril 2007

Homens que amo

Humprey Bogart (1899-1957)

Sam Spade, Philip Marlowe, Rick Blaine ou Linus Larrabee? Difícil escolher... Bacall é uma mulher de sorte.

09 abril 2007

Sensibilidade masculina

- É normal surtar e achar que o ex era tudibom?
- Yup. Quando acontece comigo, eu chamo de carência.
- E o que é que vc faz?
- Me masturbo. Daí geralmente passa.

Homens que amo


James Dean (1931-1955) - O rebelde perfeito. Três filmes, duas indicações ao Oscar, Porsches, jaqueta de couro. Live fast, die young.

06 abril 2007

Festa (2)

O elevador finalmente chegou ao térreo. A porta se abriu e a senhora saiu apressadamente. O senhor a olhou com aquela curiosidade doentia pela última vez:

- Bom, moça, desculpe a indiscrição, mas acho que não era bom você sair daqui nesse estado. Tem um banheiro ali, você pode se arrumar, se quiser.
- Obrigada, mas estou com pressa. Além do mais, meu carro está ali na frente do prédio. Não vai ser a primeira vez. Mas obrigada assim mesmo.
- De nada...

Ela viu o senhor se dirigir a garagem do prédio enquanto ela ia até a portaria. O porteiro havia saído - para sua sorte, pensou. Não aguentaria mais um curioso. Foi para o carro, do outro lado da rua, enquanto pensava no que faria aquele dia. Ligou o som, deu partida e foi para casa. No caminho, seu celular tocou... era ele.

- Bom dia, meu amor.
- Oi, Alberto...
- Te acordei?
- Não... na verdade eu tou no carro, indo pra casa.
- Achei que fosse ficar.
- Não posso. Combinei um almoço com o Carlos, não dá pra desmarcar.
- Ah...
- Que foi?
- Realmente achei que fosse ficar, mas já que não dá, fazer o quê?
- Eu compenso mais tarde, pode ser? Jantar? Que me diz?
- Que horas passo pra te pegar?
- Às oito.
- Tudo bem. Cê tá melhor?
- Eu tou meio zonza ainda. Seus vizinhos são muito conservadores. Depois te conto, preciso desligar. Mais tarde conversamos.
- Tudo bem. Se cuida então, amor. Te amo.
- Pode deixar... qualquer coisa, depois você cuida de mim. Beijos...
- Beijos...

Havia sido um tanto fria com ele, mas não conseguiu agir diferente naquele momento. Na verdade, a última coisa que queria, era jantar com ele. Ainda não tinha digerido a noite anterior. Depois da discussão e de ele ter impedido que ela fosse embora, tiveram a melhor noite na cama da história deles. E ele disse que a amava, que era pra valer. E pela primeira vez, ela sentiu que era pra valer mesmo. Depois de tanto tempo, tanto esforço... ele era dela.

...

Porque um dia você pára e já não faz mais sentido contar quantos amores, amigos, felicidades e decepções teve.
Porque um dia você pára e pega suas fotos... já não interessa mais quantos quilos emagreceu ou engordou, quantas cores de cabelo teve, quantas vezes saiu fazendo careta.
Porque um dia já não faz mais sentido escolher alguma coisa, alguém, um lugar.
Porque um dia você fica tão de saco cheio de tudo que já nem sabe mais a que veio.
Porque um dia você desliga o som, a tv e rasga o jornal e as revistas.
Porque um dia cansa sentir, pensar, viver.
Porque você sempre vai ser a sombra daquela pessoa que um dia você já foi. E o resto não vai importar mais.