09 outubro 2008

Crises...

- Tô entediada…

- Nossa… e eu? Tava acostumado com sexo todo dia… tava com uma rotina… agora eu fico no bate-papo e aqui no msn… o que eu faço?

- Conversa com uma amiga entediada que não faz sexo há tempos.


- Esse senso de humor ainda me mata.

- Que desgraça… vamos morar juntos? Fico imaginando mil coisas por segundo… seria tão bom… um monte de coisas e conversas e tudo mais…

- De quebra teríamos sexo! Vamos!!!

20 agosto 2008

Vale quanto pesa

E em Popeland City… jingles de campanha continuam me aterrorizando. Porém, isso não me impede de observar e operar no modo hiena(alguém tem que fazer esse papel).

Eu acho o período eleitoral a época mais ingrata pra todos os candidatos(mentira, eles merecem), aspirantes a qualquer cargo, chupins e afins(pros meus ouvidos também, que conste!). É hora de abraçar o capeta, deixar o orgulho(quando se tem) de lado, de mentir descaradamente, de negar o passado e prometer o futuro, de apertar as mãos e sorrir para tudo e todos. É hora de caçar candidato e dizer que sempre votou nele, procurar contatos pra vestir uma camisa que nem se sabe qual é, participar de reuniões, comícios e afins. Hora de todos venderem as suas almas(partindo do pressuposto de que elas existam…).

Eu poderia ser hipócrita o suficiente para dizer que fico impressionada, frustrada e descontente com isso tudo e que acredito que as coisas poderiam ser melhorzinhas(sim, só melhorzinhas!). Mas não sou. Na verdade, não estou nem aí pra hora do Brasil. Como ser contemplativo e amante da natureza humana que sou, gosto mesmo é de ver a movimentação(embora quisesse mesmo é ver a movimentação que ocorre enquanto as criancinhas dormem). E ver até que ponto as pessoas vão para conseguirem o que tanto querem: seja o poder ou seja um carguinho meia-boca pra colocar o burro na sombra.

É uma época de sentimentos à flor da pele e egos extremamente sensíveis ou inflados, ou as duas coisas juntas ao mesmo tempo. E sim, os egos do pobre eleitorado! Tenho que falar deles. Sempre precisando de um agradinho aqui e ali… sabe como é, né? Todo mundo precisa se sentir importante pelo menos uma vez na vida. E em campanhas, cada um de nós e todos nós ao mesmo tempo temos papel determinante e atuação decisiva sobre o destino dos nossos candidatos do coração(?!). Então, nos façam sentir especiais e nos respeitem como devemos ser respeitados! (sou super a favor de promessas, beijos e abraços calorosos em populares e todas aquelas outras coisinhas bacanas que ocorrem nessa época, inclusive dentaduras novas, se necessário!)

E entre candidatos e correligionários… hm, aqui a coisa fica quente… já que há que se agradar a todos e dar a eles a mesma importância exata no jogo pela tomada do poder. Senão alguém se magoa… e aí, bom, aí é hora de ir assuntar do outro lado, né? Às vezes pode ser que role alguma coisa interessante lá, ainda mais se houver informações em jogo. Que mal há em acender velas pra santos diferentes?… já que: pluralidade de santos = pluralidade de garantias. Ou não, se você for um péssimo agente duplo… mas vão acabar te perdoando. Porque as coisas são assim.

Porque nessa época somos todos mesquinhos, pequenos, interesseiros, egocêntricos. Humanos. Em demasia. E no mais, bem comum, república, democracia e quaisquer outros termos relacionados à política… são só termos dos quais ouvimos falar um dia, mas que não tem significado real. Pelo menos, são muito menos palpáveis que as vantagens que pretendemos e vamos obter. E também, não vence quem faz ou é melhor. Vence quem lida melhor… então mantenham-se sempre humanos. E boa sorte!

… e pelo amor de meu deus, parem com esses jingles!

12 agosto 2008

The surreal life

E em Popeland City, cansaço. Muito cansaço. Generalizado e irrestrito. De faculdade, de estágio, de gente, de homens, de especulações acerca da minha vida pessoal, da minha vida pessoal. E um tédio infinito.

Aliás, ultimamente eu ando vivendo dentro de um livro do Scott Fitzgerald e rezando pra não virar a Zelda Fitzgerald. Festas, vida social agitada… e vazio. O que também me remete à Mrs. Dalloway… rezando pra não virar Virginia Woolf.
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Acerca do serviço público… tive meus 5 minutos de iluminação hoje e conclui que eu realmente não sirvo pra isso. Se por um lado é estável, bacana e blá-blá-blá, por outro… tem todas as mazelas das repartições, egos, briguinhas e afins. Mas o que realmente me frustrou (e muito), foi a minha sensação de comodismo. De me ver cômoda em algum lugar. Pára que eu quero descer! E logo.
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E em Popeland City, os homens são os seres mais incompreensíveis possíveis. Mas vou continuar amando, idolatrando em verso e prosa e etc.

04 agosto 2008

Andar de bicicleta e afins...

Faz tanto tempo que eu não escrevo aqui que às vezes me parece que eu não vou saber escrever mais. Nunca mais…

Mas me ocorreu que escrever em blog deve ser que nem fazer sexo ou andar de bicicleta… depois da primeira vez, você não esquece mais. Fica até meio acanhado quando começa, mas depois o negócio flui e é só alegria. Então vamos lá, coleeeegas!

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Corrida eleitoral em Popeland City, geeente!
Assim, eu tenho me divertido à beça com os jingles de campanha… tem todos os ritmos, pra todos os gostos. A única coisa que eu não entendo é que parece que esse povo só faz campanha em volta do Paço Municipal… puta que o pariu… já decorei quase todos. Já tou naquelas de fazer até coreografia… geeente, pelamordedeus, a cidade é pequena, mas tem outros lugares interessantes pra rodar os jingles também. Existe massa votante além da prefeitura, da imaginação e atrás do arco-íris. Meus tímpanos e afins agradecem.
Como ser observador e com síndrome de hiena… eu observo toda a movimentação e articulação visível e dou risada. É candidato pra constar, pra tirar licença e não trabalhar, pra vender candidatura… um luxo. Acredito que deve haver uma meia dúzia de dois ou três realmente dispostos a trabalhar, mas desses ninguém sabe e ninguém viu. Bom mesmo é saber que fulano fez isso ou aquilo, roubou, enganou, tem um caso com fulaninha e afins. Claro que eu entendo que fofoca e o lado humano de todos é o sal da terra e tals, mas vamos combinar… se alguém tem competência ou não… isso não tem muito a ver com pular a cerca, por exemplo. Mas somos brasileiros e sim, nossas relações interpessoais são exageradamente mais importantes do que qualquer competência pessoal que possamos ter. Viva o “Você sabe com quem está falando?”!!!!
Por enquanto, é só. Mais boletins durante a nossa programação. Vai ser a cobertura tosca da corrida eleitoral popelandense! Sem fins lucrativos, sem querer vender idéias e sem mensagens subliminares da propaganda do Marlboro.

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Hum. Realmente, escrever é que nem fazer sexo. A gente não esquece e etc, etc… (eu não sei andar de bicicleta)

07 julho 2008

Campanha do agasalho 2008

Dias frios em Popeland! E eu preciso confessar uma coisa: eu odeiooo, mas odeioooo mesmo comprar roupas de inverno. Eu sempre digo que no inverno me sinto uma ursa… mas como não hiberno e continuo comendo… bom, continuo tão fofa quanto uma.
Parcas, sobretudos, blusas de lã… são itens quase inexistentes no meu guarda-roupa. Por conta disso, no inverno eu geralmente tenho aquelas crises de descer meio guarda-roupa e não achar nada quente-bonito-legal o suficiente. Semana passada, numa dessas crises, quase tive mesmo foi uma crise de choro. Juro… eu sou fútil, gente! Depois de experimentar tuuudo, saí com uma roupa basiquíssima, me sentindo a pessoa mais desprovida de roupas da face da terra. E esse laiá todo é só pra dizer mesmo que resolvi me render ao apelo consumista desse tempo que não deveria existir… e vou comprar roupas de frio. Ser uma ursinha fashion e não querer mais chorar no meio de um montaréu de roupas com fendas, decotes, recortes e falta de tecido. E é claro que também quero deixar meu apelo: se você tem algum agasalho bonitinho, diferente e interessante, me doe. Ficarei grata!
Porque eu realmente acho absurdo pagar mais de 100 contos numa roupa que vou usar 3 meses no ano (sim, sim, em Popeland, o calor reina soberano nos outro 9 meses…). E inverno continua sendo uma estação desnecessária. E tenho dito.

29 junho 2008

...

- Tou ouvindo Edson e Hudson...
- Deus perdoe essa pobre alma, ela não sabe o que faz ...
- Hahaha. Só falta a bota tipo montaria.
- Eu só tenho amiga que ouve música esquisita. Hahaha...
- Você não?
- Eu não!
- Tá...
- Pelo menos eu não tenho mais surtos de ouvir música clássica no último volume. Aí você iria ver o que é estranho ...
- Só falta isso. Hahahaha. Tô ouvindo uma música linda do Edson e Hudson. Ouve só... quer dizer, não ouve não, não tem como...
- Hahaha...
- Hahaha...
- A dor de corno é o ópio desse povo... por isso eles não morrem de overdose.
- Tem coisa melhor do que chorar por dor de corno?
- (por que é que eu não uso heroína?) Hahaha...
- Você não tá tendo nem dor de corno... você tem que usar heroína mesmo... tá mais fácil...

26 junho 2008

Enquanto isso, num iglu em Paristexas city...

... brincando de mexer de novo nas configurações e no layout dessa joça!!
Viva os inconformados!
Viva as pessoas que não entendem picas de html e afins!
Viva o experimental!

No hay banda!
Viva la revolución!
Feliz Natal!

E agora com trilha sonora! Tcharam!!!

07 abril 2008

"...e coloquei a mão. E não devia."

Vê, não vai mais rolar de a gente partilhar o mesmo humor espírito-de-porco e rir das mesmas coisas bobas que só a gente achava graça. Não vai rolar horas e horas a fio jogando conversa fora, reclamando da vida ou rindo da própria desgraça... nem de contar planos, dividir problemas.
Não vai dar mais pra saber se você anda mal-humorado ou se anda feliz com alguma coisa. Nem pra achar que você devia se estressar menos e beber menos também.
Não vou mais ler/ouvir que não devo fumar e que cigarro é insuportável. Que devia deixar de ser vagal e estudar mais. A eterna pergunta... "Não vai na aula hoje?". Ninguém mais vai me chamar de parva, nem vai dizer que o meu mau gosto é famoso...
Não vamos mais ter as quartas e quintas. Mensagens sem fim no celular. Ligações depois da meia noite. As conversinhas específicas. Eu pedindo pra você repetir 532 vezes a mesma coisa porque não escuto direito... e você repetindo até eu entender. Acabaram os xeques e os silêncios desconfortáveis depois deles. Os momentos de silêncio confortável também. A expectativa de o telefone tocar. A sensação daqueles serem os nossos dias.
O ciúmes das ruivas, da menina do orkut e a falta de ciúmes da Luana Piovani também não vão existir. Surto repentino de ciúmes por causa de um feriado acompanhada na praia também não. Nem as crises de carência... muito menos as de meiguice. Nada de declarações, discussões de relação infinitas e extremamente aborrecidas. Explosões de temperamento. Saudades imensas. Farpas, faíscas. Joguinhos emocionais, chantagens. Ganhar de você no pôquer e te deixar puto, porque foi você que me ensinou a jogar. Ouvir sua respiração, riso, voz. Dizer meu nome e tentar me convencer sempre de que você está sempre certo.
Não vamos mais estar acostumados com os defeitos do outro, nem dizer que estamos velhos demais pra isso. Sem fotos, músicas, vídeos, emails, sms, skype, orkut, msn, ligações... sem ofensas, crises desncessárias, mágoas, agressão. Sem entregas, desculpas, pazes. Sem um procurar o outro e cutucar até o outro voltar.
Enfim... eu realmente não preciso dizer nada disso... mas não adianta, você sabe que eu sou assim. Levo a sério o lance de esgotar assunto. A velha capacidade de discutir as mesmas picuinhas por anos a fio... e foi o que fizemos de certo modo, não? Embora você deteste andar em círculos e eu, ficar na mesma.
Desculpa aí, fofo. Também não vou mais te chamar de fofo, parrrvo, amor ou qualquer coisa parecida. Nem vou comentar mais nada em hipótese nenhuma. A história toda foi longa e você sabe que tudo isso não é nem um terço do que já aconteceu. Por mais que você dissesse que era só diversão, levei a brincadeira a sério demais, não é? Não devia ser, mas foi. Não há nada mais a fazer ou dizer. Só dizer que te amei. E amei pra caralho. Desculpa, mas não vai mais rolar. Acabaram os ônibus, a gasolina, a euforia ébria e a vontade constante sóbria. É o ponto final imaginário de algo que não começou. Permaneça feliz.

26 março 2008

18 março 2008

Da série: coisas que me tornaram uma adulta estranha


1, 2, 3 e vamos lá...!




BOZO: sim, ele mesmo. Não tenho nada contra palhaços, que fique bem claro. Principalmente no que tange aos palhaços disfarçados de gente (vide política nacional e a nossa cara de humilde eleitorado de nariz vermelho). Mas o Bozo realmente teve grande influência nas minhas tardes solitárias assistindo TVS, junto com Papai Papudo e Vovó Mafalda (que anos depois descobri que na verdade, a vovó era vovô e pai da Beth Guzzo - tema e trauma para outro post).


Passei inúmeras tardes mascando chicletes ping-pong e competindo com os competidores da tv vendo quem fazia a bola maior, mas nunca ganhei nenhum prêmio. Aliás, só ganhei vários chicletes grudados no rosto e nos cabelos (dá-lhe gelo pra desgrudar!).



E na minha inocência de criança, nunca achei nada demais no programa dele. Hoje, parando pra pensar... era uma viagem, no estilo alice usava alucinógenos. Como é que a gente pode levar a sério um cara com essa roupa, cabelo e maquiagem? Ainda me lembro de um sonho recorrente da infância: várias pessoas com a cara maquiada usando um nariz vermelho. E elas riam o tempo todo, cantavam, dançavam. E logo depois se matavam num ritual quase macabro. Rindo - é claro, porque morra quem morrer, o show tem que continuar. E no mesmo sonho, logo após a matança, eu acordava vestida de Bozo, rodeada de várias outras pessoas vestidas de Bozo também. Sempre acordava desesperada. Não queria ser palhaça.


E assim eu cresci. E aqui estou. E há algum tempo atrás lembro de uma entrevista do Bozo no programa do João Gordo na MTV, ele dizia que depois do programa tinha se envolvido com drogas, chegou ao fundo do poço, mas deu a volta por cima. Não me lembro se ele disse que virou evangélico. Mas enfim... isso explica muita coisa e confirma a minha idéia de que era uma viagem. E bem no estilo criança com infância traumática- adulto problema, posso dizer que todos os meus problemas são culpa do Bozo. Ainda não consigo fazer bolas sem ficar com o rosto todo cheio de chiclete, nunca me recuperei da síndrome de nariz vermelho - às vezes as pessoas pensam que eu sou uma palhaça, e alucino com qualquer coisa aleatória e fico rindo que nem uma palhaça. Calma, gente! Eu não uso tóxicos.

Minha vida em quadros

Campo de trigo com corvos - Van Gogh

11 março 2008

Idas, vindas...

E eis que eu volto do mundo das trevas, praticamente. Geeente, enfiar o pé na jaca é o tipo de coisa que me esgota, suga todas as minhas energias (o que não é grande coisa, já que meu corpo vive em constante inércia...). Mas no final das contas a gente sempre sobrevive e ri das merdas que faz... depois que passa, é claro.

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Além do meu neon que pisca pra gente desnecessária, estou começando a ficar atenta pra minha capacidade de atrair gente que conta uma mentira atrás da outra. Costumo brincar que um dos meus maiores defeitos é mentir compulsivamente, o que é mentira... sou adepta das crises de sinceridade deslavadas... enfim, eu me divirto. Porque apesar da cara de paisagem habitual e do jeito aéreo, eu amoooo pegar contradições. Cada um se diverte como pode...

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Dilemas de Dona Flor: Um só é o ideal, mas dois é bom também. O problema é ter dois que não valem por um, um que vale por dois, ter dois e não ter nenhum. Eu acho que futuramente vou ser polígama. O foda é que devido a atual conjuntura política do mundo, a globalização e as todas essas outras modernidades aí é que... bem... capaz de ter que sustentar os três. Ou seja, antes de qualquer coisa, eu preciso de um emprego rentável e estável... ou melhor, é mais fácil eu conseguir algum tipo de financiamento paralelo e montar uma casa de tolerância com meia dúzia de meninos. É isso, vou aperfeiçoar a idéia.

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E finalmente depois de passar o final do ano e todo o período de férias agoniada achando que tomei pau na faculdade... quinto ano. Uma loucura, gente. Tá acabando... formatura, OAB, tcc e o diabo. O fundão se forma. Às vezes noto uns olhares do tipo "meu, como é que essa menina vai se formar se fez turismo o curso todo?". Só me resta rir... eu também não sei o que tou fazendo lá mesmo...

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Amigos, caros amigos... jóias. Não sei o que faria sem eles.

13 fevereiro 2008

Passeio noturno

Dirigi até me cansar, o que não foi uma longa distância levando-se em conta de que já passava das 4 da manhã e eu não andava dormindo bem há dias; os pés, inchados, latejavam e eu tinha dúvidas se conseguiria calçar as sandálias de salto fino de novo, mas de qualquer forma, desceria do carro, mesmo que descalça. Sempre há um certo charme decadente em andar descalça depois de uma noitada, com o olhar perdido de quem já olhou muitas cores, pessoas e situações na noite enfumaçada costumeira desses inferninhos que freqüento.
Aliás, ultimamente as noites andavam sendo comuns: as mesmas companhias em lugares diferentes, ambientes escurecidos, música, bebidas, um ou outro engraçadinho me puxando pelo braço e gracejando qualquer coisa estúpida e eu tentando me desvencilhar desse tipo de coisa sorrindo, às vezes um tanto ébria. Nunca gostei desses tipos que bebem um pouco e acham que podem tudo, chegam pegando... eu odeio que me peguem pelo braço, odeio um pouco mais sussurros sem sentido num ambiente em que não se consegue ouvir nada. Sim, eu sou uma mulherzinha ranzinza, mas ainda sou daquele tipo estranho que quer conversar, mesmo que seja numa danceteria pegando fogo às 3 da manhã e com várias cervejas na cabeça. Paciência.
Quando pensei em ir encontrá-lo já devia ser quase 5 da manhã e na minha cabeça tocava Led Zeppelin - na falta de som no carro, tenho mente com trilha musical - e eu seguia cantarolando Houses of the holy e rindo. É, parecia uma boa idéia, embora eu não soubesse o nome dele. Na verdade, isso até tornava as coisas mais divertidas. E fui.
Estacionei o carro no posto, já era tarde e tinha dúvidas se ele estaria por ali, mas eu já estava. Olhei meus pés e as sandálias, eles doeram um pouco, mas ainda assim couberam direitinho nelas. Olhei de novo - é, elas deixavam meus pés bonitos e eu bem mais feminina e menos desengonçada.
Saí do carro e ainda havia muita gente ali pro horário; alguns haviam saído de festas, alguns outros estavam ali a noite toda bebendo, se divertindo. Entrei na conveniência tentando ser forte e pensando em qualquer coisa que não fosse a dor nos pés. Como doíam, deus...
Alguns adolescentes tentavam comprar cerveja e vodka sem sucesso - naquela hora não estavam mais vendendo bebidas alcóolicas; os atendentes mandavam a criançada se dirigir a um trailer ali perto que ainda vendia cerveja naquele horário. E ali, do lugar de sempre, ele me avistou e sorriu. Sorri de volta e tentei disfarçar o nervosismo indo pegar uma coca-cola na geladeira. Aproveitei para fingir escolher mais alguma coisa, enquanto pensava se era isso que eu estava fazendo mesmo.
Ele saiu do balcão sorrindo e veio ao meu encontro, me abraçou e perguntou como andavam as coisas e porque eu havia sumido. Senti o corpo estremecer com aquele abraço e disse qualquer coisa protocolar sobre o meu suposto sumiço, enquanto pensava em como é que um estranho podia causar aquele tipo de reação em mim. As pernas bambas, o pensamento desordenado, a falta do que dizer... os pés nem latejavam mais.
Conversamos durante uma meia hora, não sei dizer sobre o que, mas ríamos e ele olhava diretamente nos meus olhos, como se soubesse o que eu queria e pensava naquele momento. Em certo momento me dei conta de que a coca-cola havia acabado e isso era sinal de que devia ir, mas não sabia ainda o nome dele. E o nome que me inquietava era Renato... Re-na-to, repetia comigo mesma. Senti meus pés doerem, era hora de ir. Mais um abraço, mas dessa vez sem qualquer tipo de sensação - já havia descoberto o que queria.
Olhei aquele homem pela última vez e saí do posto. Já no carro, tirei as sandálias e voltei a cantarolar Led Zeppelin. Nunca mais voltei.

07 fevereiro 2008

Boletim pós-carnaval!!!!

ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O carnaval mais light de todos os tempos... ou quase isso. Sem nenhum acontecimento tosco, a não ser ser perseguida por um cara fantasiado de vaca. É, é isso mesmo! Na segunda de carnaval meu neon que atrai gente estranha estava a toda. E o homem vaca insistindo em saber meu estado civil. Crendiospai!

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Aliás, só ouvi rock no carnaval. E a insuportável marchinha/musiquinha do Barbosa dizendo que a curva era perigosa. Meu, São Luis do Paraitinga faz lavagem cerebral no povo. Fora a tal do funk do créu... santa imaginação, Batman! Sempre tem uns insandecidos cantando ou tocando essas coisas até enojar... e sim, eu tou ranzinza.

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O mico do mês: parar no sítio errado, pedir informação e ter que ouvir a seguinte frase de um dos donos da casa: - E o cachorro nem pra latir...
Gente, eu sou inofensiva, apesar da cara de junkie.

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Por enquanto, é só. Aulas e mais coisinhas toscas na próxima edição.

29 janeiro 2008

Montanha russa, perder o sono, cactos e animus perambulandis.

Definitivamente, eu ainda não estou preparada psicologicamente pra ter uma planta... consegui matar meus cactos! Fui reparar neles dia desses... todos secos, uma beleza. Isso me lembra no porque eu gosto de ganhar flores ou de dar flores pra mamis. Ela sempre cuida e elas ficam uma gracinha! Aí sim, amo flores, plantas e afins.

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Uma das coisas que tenho tentado fazer há algum tempo é viver no meio termo, mas a experiência me leva a crer que isso nunca vai se aplicar ao meu caso. Não gosto de emoções amenas, pessoas amenas, nada ameno - nessas fases geralmente parece que a vida não flui justamente porque meu espírito aquieta. Aí os dias correm sem cor, sabor, cheiro; as pessoas ao redor parecem não ter vida... parece que eu não tenho vida.
Já nas fases de curva de montanha russa... tudo vibra, meu paraíso pessoal se torna um inferno... mas tudo acontece. As melhores e as piores coisas. E eu fico perdida, muito perdida. Mas adooorooo!
Um amigo de longa data sempre me diz que sou uma boa pessoa, mas pareço meio perdida no mundo. Talvez seja isso. E na boa, não ando fazendo muita questão de me achar... só de viver.

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E desejos recorrentes desde sempre: levantar da cama, pegar o carro e sair sem destino. Mas nada a ver com aquele lance de ir parar num lugar onde ninguém te conhece e etc. Sair por sair, por ser livre. Por gostar de liberdade. E porque tem dias que é legal perder a referência de tudo. Abstrair, distrair. Ver por ver, sem sentir qualquer coisa.

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Outras coisas que me consomem: cor de cortina, se decoro meu bolo de niver com a noiva cadáver ou com a pantera cor-de-rosa, uma colcha bonitinha e um tom de base que disfarce minhas olheiras sem ficar pálida. E descobrir um perfume novo também. É. Acho que é isso.

Minha vida em quadrinhos


Não faço idéia de quem seja a fonte, peguei num álbum de orkut... mas realmente é pertinente.

24 janeiro 2008

E enquanto isso, em 2007...

- Eu tenho ar de quem precisa de coleira, disciplina, essas coisas?
- A priori, tem, sim. E cê sabe que cê precisa dum homem com pulso.

23 janeiro 2008

Heath

E Heath Ledger foi encontrado morto em seu apartamento. Especula-se que possa ter sido suicídio ou overdose. E tinha apenas 28 anos. Bonito, muito bonito, mas isso não vem ao caso.
Vendo este tipo de notícia e pensando que possa ser overdose, penso na sensação de imortalidade que a gente sempre tem quando faz merda. E no quanto ela ajuda o lado auto-destrutivo de cada um a se afundar cada vez mais... a sempre acelerar, tomar mais um trago, passar mais uma noite ao lado de um desconhecido, comprar mais um cd de sertanejo, fumar mais um baseado... sem pensar que talvez há um depois. Um depois como o da euforia alcóolica... aquela ressaca infernal, os flashbacks desordenados de coisas que talvez não tenham acontecido da maneira como você se lembra, a boca amarga e a constatação de que a vida continua a mesma vidinha de sempre.
Os ciclos costumam se repetir, a necessidade é sempre maior que os riscos que você corre. Aliás, como você é imortal, você não corre riscos. E tudo que te dizem realmente é bobagem porque você invariavelmente tem razão e sabe o que faz. E a sensação... ai!
Com a idade, experiência, terapia ou cansaço as pessoas vão se aquietando, perdendo o ímpeto. Se descobrem mortais de uma maneira ou de outra - quando o corpo começa a dar sinais de cansaço, quando alguém próximo morre... e é hora de criar juízo, de consertar, de se contentar com prazeres amenos.
Se é que foi overdose mesmo, Heath se perdeu no meio do caminho, pensou ser demasiadamente imortal. E essa é justamente a grande ironia... quando pensamos ser imortais, somos demasiadamente humanos - e erramos. Algumas vezes têm volta, outras não. E o grande barato é esse.

22 janeiro 2008

...

E conversando, o observador prestava atenção naquele espírito perdido. Os risos, a fala, a gesticulação e as variações de ânimo conforme os assuntos. Tentava adivinhar mil causas para aquele olhar parado repentino após um sorriso ou comentário. Naqueles segundos, devia pensar em alguma coisa, pois logo após fechava os olhos e voltava a sorrir. Reabria os olhos, e estes momentaneamente adquiriam um brilho singular que logo sumia. Mais um sorriso e novamente o olhar parado, distante.
Numa dessas tentativas de adivinhar, os olhos parados se voltaram para os olhos do observador, fixamente. A boca não sorriu, nem houve algum comentário ou movimento. O brilho voltou sem desaparecer. O observador se retraiu, percebendo que nada havia de perdido ali. Sucumbiu.

03 janeiro 2008

2008!!!!

Obaaaa!

Aviso aos navegantes: não, pra esse ano eu NÃO fiz nenhuma promessa tosca, não comi, joguei ou guardei sete sementes de qualquer planta/fruta/coisa-que-valha na carteira, não passei com roupa nova, muito menos com calcinha colorida pra atrair grana/bofe/paz/sorte/amor.
Mas meu ano começou com a corda toda, mamis no hospital e várias pendências... que eu já resolvi. E a mamis tá linda.
Eu ando sentindo uma vontade/necessidade imensa de escrever, mas não anda saindo nada que não seja pessimista/sarcástico/espírito-de-porco... ok, ok, é minha marca mais que registrada, mas eu não ia abrir o ano assim...
Só pra registrar: 2008 é o ano do rato, ou seja, esse ano eu vou ter muito queijo. E eu adooorooo queijo!
Então, como esse post era só pra abrir o ano mesmo... Que 2008 venha com tudo de bom!!!!

Muita paz, amor e queijadinha!

Porque sim, todo mundo mereceeeee!!!!