E em Popeland City… jingles de campanha continuam me aterrorizando. Porém, isso não me impede de observar e operar no modo hiena(alguém tem que fazer esse papel).
Eu acho o período eleitoral a época mais ingrata pra todos os candidatos(mentira, eles merecem), aspirantes a qualquer cargo, chupins e afins(pros meus ouvidos também, que conste!). É hora de abraçar o capeta, deixar o orgulho(quando se tem) de lado, de mentir descaradamente, de negar o passado e prometer o futuro, de apertar as mãos e sorrir para tudo e todos. É hora de caçar candidato e dizer que sempre votou nele, procurar contatos pra vestir uma camisa que nem se sabe qual é, participar de reuniões, comícios e afins. Hora de todos venderem as suas almas(partindo do pressuposto de que elas existam…).
Eu poderia ser hipócrita o suficiente para dizer que fico impressionada, frustrada e descontente com isso tudo e que acredito que as coisas poderiam ser melhorzinhas(sim, só melhorzinhas!). Mas não sou. Na verdade, não estou nem aí pra hora do Brasil. Como ser contemplativo e amante da natureza humana que sou, gosto mesmo é de ver a movimentação(embora quisesse mesmo é ver a movimentação que ocorre enquanto as criancinhas dormem). E ver até que ponto as pessoas vão para conseguirem o que tanto querem: seja o poder ou seja um carguinho meia-boca pra colocar o burro na sombra.
É uma época de sentimentos à flor da pele e egos extremamente sensíveis ou inflados, ou as duas coisas juntas ao mesmo tempo. E sim, os egos do pobre eleitorado! Tenho que falar deles. Sempre precisando de um agradinho aqui e ali… sabe como é, né? Todo mundo precisa se sentir importante pelo menos uma vez na vida. E em campanhas, cada um de nós e todos nós ao mesmo tempo temos papel determinante e atuação decisiva sobre o destino dos nossos candidatos do coração(?!). Então, nos façam sentir especiais e nos respeitem como devemos ser respeitados! (sou super a favor de promessas, beijos e abraços calorosos em populares e todas aquelas outras coisinhas bacanas que ocorrem nessa época, inclusive dentaduras novas, se necessário!)
E entre candidatos e correligionários… hm, aqui a coisa fica quente… já que há que se agradar a todos e dar a eles a mesma importância exata no jogo pela tomada do poder. Senão alguém se magoa… e aí, bom, aí é hora de ir assuntar do outro lado, né? Às vezes pode ser que role alguma coisa interessante lá, ainda mais se houver informações em jogo. Que mal há em acender velas pra santos diferentes?… já que: pluralidade de santos = pluralidade de garantias. Ou não, se você for um péssimo agente duplo… mas vão acabar te perdoando. Porque as coisas são assim.
Porque nessa época somos todos mesquinhos, pequenos, interesseiros, egocêntricos. Humanos. Em demasia. E no mais, bem comum, república, democracia e quaisquer outros termos relacionados à política… são só termos dos quais ouvimos falar um dia, mas que não tem significado real. Pelo menos, são muito menos palpáveis que as vantagens que pretendemos e vamos obter. E também, não vence quem faz ou é melhor. Vence quem lida melhor… então mantenham-se sempre humanos. E boa sorte!
… e pelo amor de meu deus, parem com esses jingles!
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