29 junho 2007

Considerações sobre o tempo

E mais uma semana em Aparecida city sem muitos acontecimentos... fora meu lindo projeto de TCC. Se é acadêmico, soy contra! Direito é o único curso em que você se forma pra sair com diploma de aspone. Bacharel em direito... graaaande merda! Serve pra prestar concurso até pra faxineiro, mas você não tem profissão definida. Você não é advogado, não é juiz, delegado ou sei lá o quê. Você é apenas formado, depois de se foder 5 anos estudando (e no meu caso, pagando mensalidades absurdas), em direito. E aí depois você rala mais um pouco e passa na OAB e surpresa: você continua nada. Em termos, porque agora é advogado. Mas e daí? A não ser que tenha muita disposição, vai ficar só com um título. E teoricamente com uma profissão definida. Affe, eu deveria ter ouvido meu pai quando ele disse que direito não era ramo de gente decente. O problema é que eu gosto. E muito. E ano que vem vou me formar feliz e sair aspone. Talvez algum dia meu diploma até sirva pra alguma coisa útil...

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Um dos meus devaneios mais gostosos da adolescência se casou dia desses. Lindo, lindo. Agora tou entrando naquela fase em que os ex-amores casam, os amigos casam, as amigas têm filhos... voltamos ao ponto de que a única coisa da qual a gente não escapa é o tempo. E no meu caso, bem, o tempo é curto desde a infância. E o relógio corre...

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A última do pós-adolescente preferido: "Agora você só quer saber de ouvir Ivete e do cara gatinho...". Ele é lindo, eu amo ele. Mas o cara gatinho... ui! Me tira do sério...

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A notícia que mudou o meu mundo essa semana foi a volta das Spice Girls. Minha vida era muito entediante desde que elas se separaram. E agora, vamos acompanhar as velhinhas em turnê mundial. Adoooroooo caça-níqueis! E sempre quis usar plataformas altíssimas que nem elas...

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E em temporada de férias da faculdade, a vida noturna durante a semana é um tédio gostoso. Voltar pra casa, ver tv a noite toda, filmes, ler, dormir, ficar embolada no edredom com Michael, Jimi e Shakira. Ficar na internet até desfalecer e torrar o resto da minha massa encefálica jogando play 2. Chegar do trampo e tomar café sossegada e conversar amenidades com meus pais e minha irmã. São as melhores coisas da vida, na minha modesta opinião. Que vida de baladinha e social full time também é uma delícia, mas cansa. Chega uma hora que enche o saco de tar sempre embonecada, com um copo de qualquer coisa na mão, escutando música e sorrindo pra todo mundo. E o outro lado obscuro da vida também cansa rápido. Nem só de aprontar e fazer merda vive uma mulher pós-adolescente. Eu acho o cotidiano o máximo, no melhor estilo moça de família pra casar...

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Por hoje é só. Que o tempo ali fora tá correndo, e ainda há muito a ser feito.

26 junho 2007

Corredores

Passava os dias num vai-e-vem entre aqueles corredores. Conhecia todos de cor. Sabia ondem davam todas as portas. Sabia quem esperar atrás delas. Vez ou outra flagrava pessoas e situações engraçadas, vexatórias, entediantes. E diante de todas elas tinha sempre a mesma reação: sorrir, cumprimentar com a cabeça, vez ou outra falar alguma coisa ou fazer um gracejo e retirar-se tão rápido quanto possível, fechando a porta. Gostava de pensar que era invisível.
Aquela tarde tinha sido caótica naqueles corredores. Onde habitualmente pairava silêncio e vazio, havia inquietação, portas abertas, pessoas espalhadas pelo corredor, agitadas, gesticulando. E ela passou no meio delas quase se rastejando para não ser notada. Mas aqueles seres insistiam em notá-la, em lhe fazer perguntas. E atordoada pelas vozes e pensamentos o encontrou. Sorrindo, com um copo de café na mão. E no meio de tantas vozes e gestos naquele corredor, conseguiu ouvir a voz dele. Falou-lhe alguma coisa, sorriu enquanto ia na direção dele. Quando se cruzaram, segurou o ombro dele. Sentiu uma certa eletricidade percorrer-lhe a espinha e o soltou. Se despediu, desejou-lhe sorte e continuou andando corredor adentro. Invisível. Cansada de pensar que gostava de ser invisível. Pensando que agora quem precisava de sorte era ela; sabia o que significava aquela eletricidade. Chegou até a sua porta e entrou sorrindo; aqueles corredores não precisavam ser mais os mesmos. Nem ela.

25 junho 2007

Um deus...



Entrando no clima da Mari e anunciando alguns deuses.
Affe! Clooney é deus. Dói o meu Figo só de olhar pra ele.

21 junho 2007

Mark McGrath

Runaway, runaway
Wanna go on to hold you, but you're going away
Runaway, runaway
Wanna hold you tomorrow, but you're leaving today

Pequena distração, enquanto eu vou ali pensar em uma outra distração... ai, ai!

Anúncios enquanto eu não saro




Troco meu coração pelo Figo!

19 junho 2007

Olá, enfermeirooooooooooooo!

Eu tou temporariamente fora de serviço. Sinusite atacada demais pra conseguir escrever alguma coisa.

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O show da Ivete foi óteeeemoooo, geeeente! Recomendo. Abalou, abalou, sacudiu, balançou...

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Precisa-se de enfermeiro. Urgente. Que atenda a domicílio... sabem como é, né? Todo paciente se recupera melhor no aconchego do lar.

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E temporariamente é só.

18 junho 2007

Sabado...


O dia amanheceu tão logo o cheiro de café invadiu minhas narinas, vindo de algum apartamento vizinho. Não tem como permanecer deitada, com um aroma desse alastrando-se em minha vida. Sol por todo lado, um céu danado de azul, e eu tinha que levantar.
Arrumar a mesa, descascar frutas, pôr os pães, queijos, presunto, café, leite, fritar ovos, fazer o suco; vou ao quarto das meninas, uma das camas vazia, ué?! Pergunto-me, onde está Maria? Carolina toda enrolada (com frio), a gata ainda na minha cama, entre os pés da Bárbara (não sem antes ter feito um escândalo para estar conosco, gata folgada), adoro quando elas dormem comigo; enquanto arrumava a mesa para o desejum das meninas, e do Filipe Augusto, ponho uma música pra tocar, uma que acordou comigo: Dont’ t let me be misunderstood, mas tinha que ser com Santa Esmeralda. Não servia com a Nina Simone, Joe Cocker, The Animals, Elvis Costello, Ângela Rô Rô, Edson Cordeiro. Não, não servia, tinha que ser com o Santa Esmeralda. E assim fiz. Tecla repeat. Perdi a conta de quantas vezes ouvi essa música, logo cedo. E ela foi me invadindo, tomando conta de mim, meu corpo criou vida própria, é, isso mesmo, eu estava dançando sem saber em que momento comecei, parece coisa de demente, mas é, perdão, eu sou demente. E a música coordenava meus braços, mãos, pernas, o corpo inteirinho. Levantava a barra do vestido e fazia um bailado só meu, pela sala, a música me coreografava, me desenhava, e eu fazia algumas linhas e formas no ar com as mãos. E antes que eu me desse conta, tão logo levantei ‘as vistas’, havia uma platéia nos apartamentos em frente ao meu, observando minha performance de dançarina, não dei a mínima. Mas notei a lágrima nada provocada, que saía furtiva, pelo cantinho dos meus olhos miúdos; talvez embalada pelo momento, mas dum tempo passado, onde dançar com o Santa Esmeralda, nas tertúlias aos sábados, era a única coisa que importava. E um mundo inteiro pela frente, nenhuma preocupação de gente grande. Não senti dor, nem alívio, nem raiva, nem tristeza, apenas senti a vida brotando de dentro de mim como nunca, e o passado descompromissado, ficou em seu devido lugar. Lá atrás. Sei que ele tornará a voltar, para que eu reafirme quem sou, o que quero, e como quero. Uma súbita alegria tomou conta de mim, e nesse momento, da dança, da música, do reencontro comigo mesma, com o espelho ali denunciando a mulher que sou, deparei-me com um par de olhos castanhos, sorridentes, uma boca rosa controlando o riso, a longa madeixa loira, assanhada, a face corada, com pacotes nas mãos. Era Maria que acabara de chegar do supermercado. Riu da cena, e chamou-me à cozinha. Saí do meu transe setentista e deixei as lembranças de volta no passado. Hora de preparar a lasanha, ela me dando ordens e eu cumprindo-as. E o dia transcorreu calmo, numa atmosfera lúdica. Jogamos ‘Master’ – eu, Filipe Augusto e Bárbara -, ganhei todas, fizemos pipoca, tomamos coca-cola, Maria e Carolina juntaram-se a nós na sala, assistimos filmes e o dia findou como amanheceu: preguiçoso, musical e cheio de vida. E o amor do lado, entre, juntos.

http://www.youtube.com/watch?v=nElp_tz4WI8


16 junho 2007

Bom dia, Bahiaaaaa!!!!

É hoje, xeeennnnteeeeeee!!!!

E como Murphy é meu pastor e ele sempre me foderá.... acordei com o rosto parecendo uma broa por causa da sinusite atacada... nem adiantou os dois antialérgicos preventivos... mas tudo é festaaa!

Tenho que salientar uma coisa: adoro morar na comércio mais variado do mundo! Passei duas semanas inteiras atrás de uma pulseira roxa de acrílico e nada... aí hoje, moscando, achei! Porque sim, eu adoro ser fútil. E uma pulseira roxa realmente dota a vida de sentido...
E aqui em Aparecida, você sempre acha as últimas tendências da moda por preços módicos, é só dar uma volta na feira aqui do lado de casa. Blusa morcego? Tem. Micro vestido? Em quase todas as bancas. Legging? De todas as cores possíveis. Aquele relógio maravilhoso? Qualquer dez reais. Aquela bolsa que acaba de ser lançada pela grife e ainda não chegou na Daslu? Já é quase estação passada, por aqui. Moda genérica é tudo de bom!!!

Outra coisa: descobri que o melhor modo de aprender as coisas pra mim é experimentação. Tenho que aprender por tentativa e erro mesmo. Vi que toda bagagem que eu tenho é decorrente de experiência prática. Em teoria... só ressaca progressiva!

Frase do dia pro Toninho, o mais lindo: "Quando te vejo, paro logo em seu olhar!" e sigo cantarolando Ivete. Mas como tou usando aparelho, minha dicção tá horrível. E o Toninho tá com cara de quem quer um protetor auricular. Santa paciência!

Lendo outros blogs... é engraçado ver vários pontos de vista. E eerceber como elas são só pela maneira que elas escrevem. É engraçado, eu não fico imaginando as pessoas que conheço virtualmente tipo se é alto, baixo ou preto com pintinhas verdes; mas tenho uma forte tendência a traçar um perfil quase psicológico das pessoas. E isso somado a umas outras teorias me levou a crer o seguinte: as pessoas depois de uma certa idade, mais exatamente na faixa dos vinte e poucos anos... não mudam mais. Eu nunca fui otimista mesmo, mas assim, é mais ou menos isso: Uma pessoa vive uma situação x e dentro dela é insegura. Aí tudo acaba e ela parece renovada, outra pessoa, parece que aprendeu a coisa. Aí vai viver uma situação y(parecida com a x). No começo... tudo é diferente, mas depois os traços vão reaparecendo. Achei engraçado. Sei lá, acho que os antialérgicos tão mexendo muito com o restante da minha massa encefálica que ainda não se consumiu pela prática de esportes.

E pra hoje ainda, o que importa mesmo é o daqui a pouco. Porque o antes virou areia e o futuro é só questão de ponto de vista. Isso pra quem acredita em futuro. Que não é o caso aqui...

Bom, vou descansar. A noite vai ser looongaaaa!!!

E beijos pra todos que estão me assistindo! Lembrem-se: comam os legumes e pratiquem exercícios regularmente. E não usem tóxicos. E se forem usar, me chamem!

15 junho 2007

E vai rolar a festa, vai rolar... o povo do gueto mandou avisar...

...IVEEEETEEEEEEEEEEE!

Dessa vez vai, gente! Explico: há dois anos, fui a um show da Ivete em São José dos Campos, fiquei na casa de uma amiga e tal... e por motivos alheios à minha vontade, mas decorrentes do meu espírito de porco porra-louca, passei mal meia hora antes de o show começar e voltei pro apê da amiga de carona numa ambulância. Linndooooo! O pior é que ela ficou super preocupada comigo, mas falei pra ela ficar no show que eu ia embora na boa. Uma hora depois ela voltou pro apê... passou mal também... só que não rolou carona de ambulância. Gente, antes de show, não façam festa muito festa, porque senão na hora da festa... é, não costuma dar certo.

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Falando nisso... falei pra minha cara-metade mais azeda ir ao show da Ivete comigo. Ele mandou eu parar com essas coisas. Aí disse que amava ele... aí ele disse que eu não amava nada... aí eu disse que amo, pois se não amasse o obrigaria a ir comigo. Ele teve que concordar(adoro ter razão...kkk). Aí mandei no orkut: Vamo na Iveeeteeee??? e recebi a seguinte resposta: É por causa desse tipo de coisa que o nosso relacionamento naufragou... hahahahaha
Affe, viu... é só Iveeeeeeeeeeteeeeeeeeeeeee! Vou trocar ele por um chicleteiro! Quero chicleteeeeee!!!

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Eu e uma amiga, uma amiga e eu costumávamos ir em tribais alternativos de rock... death metal, punk, num-sei-o-que metal, progressivo (argh...), e etc... e a gente sempre pensava em gritar: - Toca Iveeeeteeee!, mas nunca pudemos, senão provavelmente sairíamos com os brincos devidamente colados dos tribais. Mas agora é a nossa vez, vamos gritar Toca Iveeeeteeeee! até desfalecer. E vão atender! Adoooroooo!!!!!

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Jezuis, coloquei aparelho móvel nos dentes hoje, como isso dói. E eu dou valano belo nãrizz... dá uma veleza. E aí eu babo, falo atrapalhada e gaguejo... a vida é linda!!! E o céu da minha boca é uma aberração de fundo... affe.

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E por hoje é só. São quase duas da manhã e eu preciso entender tudo de direito comercial e fazer uma peça de ação de despejo. Affe... há vida após a vida acadêmica?

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Eu queria deixar registrado aqui que depois das lagartixas, girafas e pandas, meu novo amor incondicional são ursos pardos. Preparando um top five de motivos de porque ter um urso pardo é melhor que casar ou comprar uma bicicleta.

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E o meu Toninho é lindo, genteeeeee!

13 junho 2007

Eu converso com meu Santo Antonio, e você?

E hoje... bem, todo mundo ganhou presente e eu... bem, eu ganhei um Santo Antonio lindooo! De verdade, de resina e sem Menino Jesus removível que é pra não perigar de perder. Valeu, Jô! É mais uma história engraçada para posteridade.
Ano passado, o Jô prometeu que ia me dar um Santo Antonio de presente porque eu vivia reclamando que tava sozinha, encalhada, que o Cupido não acertava etc, etc. Aí, um dia eu cobrei... aí ele me disse que ia dar no próximo ano, que era pra eu ficar sozinha o ano todo refletindo sobre os meus atos e a vida. Mas que no próximo ele me daria um.
Bom, o ano correu, né? E embora eu não tivesse refletido sobre nada e nem tenha ficado tanto tempo sozinha assim... essa semana ele disse que ia me dar o Toninho até o dia 13, que é dia dele. E quando cheguei na faculdade: "Mari, eu trouxe seu presente, viu?". Na hora, desacreditei... mas não é que eu ganhei um Santo Antonio mesmo? E ele ainda me disse: "Bom, vai que você não arranja ninguém, né? Eu não queria carregar essa culpa comigo a vida toda."
Me ensinou até simpatia... porque amigo que é amigo, dá o santo, te zoa, mas ajuda a fazer simpatia...
E, ao contrário do que todo mundo faz, eu não fiz nenhuma simpatia com ele, nem pretendo fazer. Vou só conversar com ele, até ele se cansar de mim (coisa que não vai demorar muito... hahaha). Mas é isso. Vida longa ao meu Toninho!

12 junho 2007

Animus escrevendi

Comecei a escrever aos 11 anos, acho. Ou doze. Eu sei que comecei porque na época assistia Confissões de adolescente e tinha um episódio em que uma das meninas escrevia um diário e eu achei legal e resolvi adotar também. E de lá até os 21 anos escrevia compulsivamente todos os dias. Tinha vários diários, nos mais variados formatos... eram agendas, cadernos, blocos de anotação... todos extremamente coloridos e enfeitados, dependendo da ocasião. Mas eram tão somente anotações pessoais... aquelas coisas "Hoje eu fiz isso, aquilo e me sinto assim...", "Me apaixonei pela enésima vez essa semana pelo fulaninho...", algumas cópias de textos, poesias, letras de músicas.

Além do ritual de canetas coloridas, fotos, adesivos, colagens e etc, uma coisa que me dava muito prazer era queimá-los no ano seguinte. Sim, eu passava o ano todo escrevendo impressões para no outro ano queimar o caderno; era o meu próprio ritual de passagem. Ainda me lembro da sensação que tinha ao ver as lembranças se consumindo, costumava ser libertador. E era o divisor de águas, porque a partir dali eu era outra pessoa.

No ano de 2003 encerrei os diários porque já não me davam mais prazer, parecia mais uma obrigação de escrever sobre o nada, não tinha mais a mínima graça. Ainda tenho dois diários que vão do período de janeiro de 2001 até o final de 2003. Não sei porque não os queimei; talvez inconscientemente seja aquele lance de ter um passado, de saber de onde eu vim e quem eu era.

Ontem, depois de ler o comment do Takeda no post anterior, resolvi caçar os dois diários e os li. Foi um reencontro com uma pessoa que eu não conheço mais: uma menina confusa, se sentindo inadequada, em dúvidas no começo da faculdade, cínica e fazendo cara de tédio pro mundo porque o mundo realmente era um tédio. E sofrendo de um louco amor por alguém que putz, não valeu a pena mesmo. Mas na época... era o amor perfeito. E foi bom relembrar velhas experiências, que na época eram novíssimas. Acabou vindo um flash desde os 11 anos: primeiro amor, primeiro pé na bunda, crises existenciais, família, decepções com amigas, primeiro beijo, primeiro homem, álcool e outras experiências aleatórias. Foi como acompanhar o crescimento de outra pessoa. E foi divertido, admito.

Em 2004, blogs eram a cereja do bolo e resolvi voltar a escrever, mas com outras intenções, que não eram terapêuticas, por assim dizer. Como sempre gostei, queria desenvolver contos ou algo assim. E montei esse espaço aqui, na época no uol. De lá pra cá, aprendi muita coisa lendo outras pessoas. Tendo outras impressões e experiências. Depois que você amadurece... o pessoal não é dizer "Hoje eu fiz isso ou aquilo ou sinto isso em relação a fulaninho", o mais pessoal mesmo é acabar passando todas as impressões sobre o mundo de maneira impessoal, escrevendo um conto, por exemplo. E de uns tempos pra cá, eu ando feliz, as coisas andam fluindo, então... eu falo demais, escrevo demais, sinto demais também... hahaha. E assim as coisas vão indo. E o mais legal é que tenho todos os textos, desde 2004 até agora, e dá pra notar muita diferença. É gostoso ver que a gente melhora com o tempo e desenvolve uma maneira de colocar tudo pra fora. E me divirto. Muito. Porque no dia em que não rolar mais tesão em escrever... bem, eu ponho fogo em tudo e me transformo em outra pessoa. Ou melhor... ponho fogo simbolicamente apertando o delete na hora de excluir esse espaço. E vida nova!




*A todos que leram, lêem, incentivam, comentam e afins. Faz parte do processo dividir. Obrigada pelo incentivo. E obrigada em especial, ao Takeda. Me fez ver um filme muito bom de quase 15 anos.

11 junho 2007

Diamonds on the inside

E em ritmo de segundona braba... uhuuu!!!


Provas, trabalhos, projeto de monografia, rock and roll, estágio, vida noturna, show da Ivete(aaaaaaaaahhhhhhhh!) e sei lá mais o quê. É muito pouca massa encefálica pra processar muita coisa. Será que a coordenação do curso aceita um tratado sobre crises existenciais durante o curso? Sou phd nisso. Uma redação sobre as minhas férias também seria suuper legal. Reta final de curso é inconstitucional. E se tudo der certo, daqui a um ano e meio, canudão na mão, desemprego e mais crises existenciais!

Como essas coisas são engraçadas... tenho um amigo que está nessa fase de cursinho, de descobrir o que é que quer cursar. Me vejo nele, às vezes. Não tinha a mínima idéia do que ia fazer, fiz vários testes vocacionais. E na época, apontavam para Psicologia, algo relacionado à artes, Direito, Turismo e Publicidade. E escolhi logo Direito; na época me pareceu uma idéia e tanto, lembro que meu pai virou e disse: "Mas Direito, minha filha? Vá fazer algo decente." Porque ser advogada não era uma coisa decente. Mas enfim, aqui estou. Parei um tempo, fiz um tempo de Jornalismo(no bar em frente a faculdade...) e depois, voltei pro Direito. Porque quando é verdadeiro, é, né? E agora meu pai acha decentíssimo(Negão, te amooooo!).

E agora, em reta final eu chego a conclusão de que eu não sei nada. Mas não chega a ser aflitivo, porque, sim, é o que eu escolhi, mas não é como se a minha vida se resumisse estritamente a isso. Mesmo porque resumir a vida somente ao curso superior é deprimente. E no final, tudo dá certo. Acho... hahaha!

Lembrei de um outro amigo que dizia que o importante mesmo não era saber sobre o que você faz, mesmo porque é aborrecido alguém que só sabe falar sobre a profissão. Dizia que o que fazia a diferença mesmo era cultura superficial, saber conversar sobre um pouco de tudo. Me lembro de um exemplo muito engraçado que ele usava pra impressionar as menininhas: entendia tudo de licores, porque licor é bebida essencialmente feminina. E eu ria... "Pô, licor?? Homem tem que entender de vinhos, uísque, cachaça, sei lá, mas licooor???". Ríamos muito disso. Mas segundo ele, a tática costumava funcionar. Eu sei que nunca tentei isso com rapazes. Mas sinto saudades das nossas conversas aleatórias de cultura superficial e afins.




E me reapaixonei pelo Ben Harper. Meu Deus, vai cantar bem assim lá no Caribe!





Falando em Ben, Jimi, o gato, quebrou o fone de ouvido do meu mp3 player. Aliás, o Jimi é um distúrbio felino. Ele se comporta muito bem com os outros, uma gracinha, ronrona pra todo mundo, se esfrega e faz todo tipo de estripulias. Mas... estraga tudo que é meu, é incrível... quebra minhas coisas, faz xixi nos meus sapatos(principalmente naquele que eu acabei de comprar e usei só uma vez...), é uma loucuraaa! E ai de quem colocar a mão nele... afinal de contas ele é o gato do meu pai. E ele aturava meus dois outros gatos numa boa(mas nenhum deles fazia terrorismo com as coisas dele), então tenho que ter paciência com o Jimi. Afinal de contas, ele ainda é um felino bebê. E lindo, lindo:




















O único problema é que ele me tornou menos autista sem fone de ouvido. Era tão bom desligar do mundo e ficar cantando que nem tonta. Mas nada que outro fone não resolva.

E pra encerrar: ouçam Ben Harper. Ai, ai...

10 junho 2007

Das noites, fotografias, amigas, axé e coisinhas aleatórias

E abrem-se as cortinas e começa o espetáculo!

Tem sido uma idéia recorrente ultimamente fazer um curso de fotografia ou algo do gênero. Aprender a usar o photoshop não seria nada mau também. Mas pra isso eu não tenho paciência. Até na minha imaginação eu sou velha. Quarto escuro, rolos de filmes, varaizinhos de fotos. Preto e branco. Muito mais vida que foto digital e correção no computador.

E eu continuo sonhando com praias, biritas coloridas e trio do Chiclete com Banana. Hei de um dia estar do lado do Bel em cima do trio gritando "Chiclete! Chiclete! Quero chicleteeeeeeee!".

Sabe aqueles pactos que você faz com sua melhor amiga quando é adolescente? Relembrando isso com uma amiga, conseguimos lembrar da nossa lista, pelo menos parcialmente. Dentre as coisas constavam: pular de pára-quedas, fazer uma tatuagem, um piercing, ter pelo menos um dia no estilo Thelma e Louise(só que obviamente sem matar ninguém, nem sermos perseguidas pela polícia), fazer faculdade, ter uma cafeteira e mais uma outra série de coisas das quais a gente não conseguiu se lembrar. E particularmente, a tarde de hoje foi ótima, fazendo um remember do que já fizemos. Quando tínhamos 19 anos não tínhamos um pingo de juízo, passamos por uma série de coisas boas e ruins juntas. E uma sempre esteve lá para a outra. Ou seja, quando é verdadeiro, é eterno. Não importa o que aconteça. Nem a distância.

Da série "coisas que eu não entendo nas pessoas": a estranha necessidade de se auto-afirmar. De dizer o quanto uma outra pessoa é isso ou aquilo somente para poder se sentir por cima. Já dizia o Eduardo Galeano (vide O Mundo logo ali embaixo) que todos somos fogueiras com brilhos diferentes. É completamente desnecessário apagar o fogo alheio para poder brilhar. Mas cada um, cada um. Cheers!

Alguém realmente deveria inventar o carro auto-limpante. Seria um sonho de consumo.

Andei pensando e cheguei a conclusão de que gosto do que faço. Na verdade, eu mais me divirto do que qualquer outra coisa. Lidar com pessoas é algo extremamente prazeroso, embora todo mundo tenha momentos descontrol às vezes. Engraçado é que eu nunca havia pensado até agora em relações públicas. Anotei pra posteridade.

Falando em posteridade, a vida é uma coisa realmente muuito estranha. Você se prepara a vida toda para determinada situação e quando você vê que ela está prestes a acontecer, você perde o chão. Porque se teoricamente ninguém disse que seria fácil, na prática... bem, o buraco sempre é bem mais embaixo.

E bem, eu descobri que o Sartriani é careca. Som bom pra caralho. Uma coisa nada tem a ver com a outra. E ele poderia até ser ver com pintinhas rosa.

Duas últimas coisas: coca-cola é o melhor remédio pra ressaca. E tomar sorvete depois de beber a noite inteira realmente dota a vida de sentido.

E só.

Céu azul

E aí você desperta com aquele raio de sol bem nos seus olhos. O quarto todo está escuro, mas aquela claridade insiste em entrar pela única frestinha da cortina pra fazer você abrir os olhos. E eles doem e você desvia o olhar e se vira na cama; sente o calorzinho daquele raio na cabeça. Pensa em fechar a cortina. Se desvencilha das cobertas emboladas no corpo e levanta. O corpo treme pelo choque de temperatura e você vai fechar a cortina. Mas a curiosidade te impede de fazê-lo e você abre a cortina. Tem um dia lindo lá fora. Um sol quente, um céu azul limpíssimo, céu típico de inverno. Animador... mas a cama... você fecha a cortina e volta pro quentinho dos cobertores embolados e dorme. O celular toca... mas, que coisa! É, não se tem sossego mais pra nada nesse mundo mesmo! E aí você conversa com a pessoa feliz do outro lado da linha, quase morrendo de raiva. Dá graças a deus quando ela desliga e volta pro sono. Mas aí você já não tem mais sono. E aí? Como já não resta mais nada a fazer, você se levanta. E abre a cortina. E deixa a claridade entrar; os olhos ardem com a intensidade da luz. O céu ainda azul. O dia lindo. Você compreende. A vida aqui dentro é mais aconchegante, mas a lá fora... bem, a vida lá fora você nunca vai descobrir se manter a cortina fechada. Por que não arriscar?

06 junho 2007

O mundo

Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus.Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam e nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chega perto, pega fogo.


Texto extraído do Livro dos Abraços, Eduardo Galeano*




*indicação da Val! Te amo, lindona!

05 junho 2007

Bom dia, Vietnã!!!

E começando essa transmissão cibernética com muito friooooo.... brrr.... que é pra eu me sentir bem a mamãe ursa parda polar!!!!

Embora o frio ártico, animus de todos os tipos por aqui!

Auto-sabotagem é da natureza humana mesmo. Não basta pisar na jaca, tem que amassar bastante pra ficar supeerr legalll. E depois olhar e dar risada do rídiculo.

Preciso de um roteiro quente. Mais de 25° todo dia. Porque se continuar assim, vou morar num iglu que é mais negócio. Mas nem vai rolar de casar com esquimó. Não tou a fim de ser oferecida como janta pras visitas.

Eu desisti de entender gente. Desisti de me entender também. Bora viver que é mais negócio!

Todo dia eu penso em parar de fumar e fazer exercícios físicos. Mas me parece natureba demais... penso que se começar a fazer isso, vou acabar comendo legumes, dormindo cedo e todo o resto de uma vida saudável... Cruz credo!

Meninos são os seres mais fofos da face da terra!!! Amigos lindos, amo vocês!

(eu tou amando o mundo essa semana... a miss passarinho verde!)*

Gente, eu vou ganhar um Santo Antonio. kkkkk Dessa vez, vai!

Mas aí eu penso em uma amiga... ela disse que fez promessa e tirou o menininho que vem no Santo Antonio e que só ia devolver quando ele desse um namorado pra ela... bom, ela perdeu o menininho! E misteriosamente, namorado que é bom, nada.

"Qualquer preocupação com idéias a respeito do que é direito ou errado em conduta mostra um desenvolvimento intelectual estacionado."
E eu amo Oscar Wilde. Amo, amo, amo.

E encerrando a transmissão ao som de Chris Cornell cantando Fell on black days... versão acústica, linda! Cadu, amo você!!! Minha vida musical não seria a mesma sem você!


*miss passarinho verde by Clau!

04 junho 2007

A vida surreal

Não, não é aquele reality do VH1 cheio de artistas b- onde figura até o Mini-me do Austin Powers. Mas esse final de semana foi permeado de coisas estranhas, como sempre.
Eu continuo não entendendo gente no sentido geral da coisa. O conceito de gente por si só já me é muito estranho. E porque elas fazem certas coisas então... sem comentários.

Houve uma teoria interessante que ouvi de uma pessoa do sexo oposto: ficar com um grupo de amigas é como ter uma marca de bolo com vários sabores e querer experimentar todos. Foi mais original que o da semana passada, tenho que admitir. Mas ele também não levou.

E eu continuo defendendo veementemente a máxima de que, se o seu melhor amigo não quiser te comer, sempre ouça os conselhos dele. É infalível.

Outra coisa surreal: eu ia fazer uma mega merda. Num daqueles momentos mega-descontrol e trêbada, bem... eu escrevi quase um tratado para uma pessoa aí via depoimento no orkut. Não preciso nem comentar o teor, né? Passional, passional... uh. E enquanto escrevia, um amigo conversava comigo via msn, trêbado também. E me aconselhava a não enviar o depoimento que ia dar zica(vêem como a máxima acima faz sentido?). Pois é... quando ia mandar... o computador misteriosamente desligou. Entendi como um sinal divino. E realmente pretendo não acessar internet pós-balada com o espírito do Rafael do Polegar no corpo. Já sabem, se beberem, não entrem na internet.

Junho é oficialmente o mês das bruxas por aqui. Acontece de tudo: rompimento de relacionamento, deprês, crises existenciais; vontade de pegar um busão e ir pra algum lugar onde ninguém te conhece, arrumar um empreguinho furreca e recomeçar(amo a lindona que partilha dessa crise comigo!); e etc. Ano passado foi a mesma coisa. E desde o ano passado pinta a idéia recorrente de uma benzedeira por atacado. Aceito sugestões.

Tô feliz, feliz, gente! Embora eu não tenha muito juízo... meu espírito festeiro, meu mojo e etc., voltaram da greve! Ou seja... vamos que vamos! Ziriguidum!

Em busca do circuito hippie underground perdido: gente, tou aceitando doação de barraca!!! Circuito 2: em breve nas bancas, com muito mais p³ pra todo mundo ficar feliz! E não necessariamente no verão...

Outra coisa... fui chamada de caticeira(no dicionário peculiar da pessoa que disse significa que sou praguenta) só porque eu não tenho namorado... aaahhh!!! É mentiraaaa! Eu só não entendo gente que namora, mesmo porque nem tenho namorado. E gente... bom, tou repetindo assunto.

Aceito sugestão de exercício físico que gaste muita caloria com pouco esforço - sexo não conta! Mesmo porque... bah... vide nota acima.

E o up plus mais mais da semana é engenharia social.

E outro up são as amigas: amo todas vocês!!!

03 junho 2007

Desconstrução(a crônica do palhaço)

Ficou observando ele entreter as crianças com suas micagens e brincadeiras, imaginando quem poderia ser a pessoa por trás daquela roupa espalhafatosa e da maquiagem pesada. O perdeu de vista no meio da festa; outras pessoas chamavam sua atenção e conversavam com ela animadamente enquanto ela tentava dissimular seu tédio e fingia achar interessante o que lhe diziam. Não costumava gostar de reuniões sociais, ia somente para cumprir o protocolo com a máxima discrição possível. Chegava, cumprimentava todos, conversava um pouco aqui, outro ali e logo se desculpava e ia embora com a sensação de dever cumprido. Mas aquela figura havia chamado a sua atenção de maneira tal que desejava permanecer ali mais tempo, para talvez conseguir desvendá-la.
Enquanto entretia alguns conhecidos contando as últimas novidades da sua vida vazia, sentiu uma mão pesada em seu ombro e voltou-se para trás: era ele. Sorrindo, convidando-a para brincar no meio das crianças com um olhar que a impediu de negar-se. Estendeu as mãos para ele, que a levou até onde as crianças estavam. Fizeram mímicas, uma pequena pantomima enquanto as crianças gritavam e riam na tentativa de adivinhar, prestando atenção na encenação. Os olhares se encontraram várias vezes e ela gelava sempre que ele lhe dava as mãos; se tornava cada vez mais interessante descobrir o que havia nele.
As crianças foram saindo de cena aos poucos carregadas por seus pais - já era hora de o show terminar. Ela era uma das últimas convidadas ainda presentes - que ironia, logo ela - e ele preparava-se para ir embora também, seu trabalho já havia sido cumprido naquela noite.
Saíram dali simultaneamente para o estacionamento. Enquanto tentava abrir a porta do carro, sentiu de novo a mão pesada em seu ombro e virou-se: o mesmo sorriso e olhar penetrante, convidando-a dessa vez para uma brincadeira diferente, um jogo somente de adultos. Ela aceitou e ele explicou que antes precisava se livrar daquela roupa e da maquiagem. Ela afirmou que poderia parecer estranho, mas o queria assim. Ele gargalhou, deixando-a desconcertada, e disse que se ela queria assim, assim seria. Era estranho, mas por que não? Dali saíram.
Durante o percurso até a casa dela, tentava desvendar quem era aquele homem misterioso, que num momento era o mais doce e divertido com as crianças e num outro momento - exatamente naquele com ela - conseguia ser um tanto enigmático e lascivo, já que agora suas mãos pesadas se ocupavam das coxas dela. Ela fazia um esforço tremendo para parecer natural e não sucumbir; tentava desviar a atenção dele fazendo perguntas, que ele respondia com evasivas ou fazendo a mesma pergunta sobre ela. E sem a menor reserva, lhe contava em detalhes tudo que ele desejava saber, na tentativa de que ele se revelasse também. Em vão.
Quando finalmente entraram na sala da casa dela, encostou-a na parede e a beijou. Ela sentiu as pernas bambearem e o empurrou. Levou-o até o quarto, o fez esperar enquanto ia até o banheiro. Voltou de lá segurando uma toalha úmida nas mãos que passou no rosto dele, removendo toda aquela pintura. Ele sorria, e no íntimo pensava que ela era um tanto doida, mas a brincadeira parecia prometer. Não o deixava encostar nela e olhava para o corpo com curiosidade enquanto o despia. Quando se deu com ele nu diante dela, percebeu que nunca o desvendaria - mas ele já a tinha desvendado desde o princípio e era por isso que estava ali. Já havia montado e desmontado todas as peças daquele jogo, como um lego. Não restava mais nada a fazer. Ela suspirou. Sentiu as mãos pesadas, que a puxaram para ele. Beijou-o. Sucumbiu.