10 junho 2007

Céu azul

E aí você desperta com aquele raio de sol bem nos seus olhos. O quarto todo está escuro, mas aquela claridade insiste em entrar pela única frestinha da cortina pra fazer você abrir os olhos. E eles doem e você desvia o olhar e se vira na cama; sente o calorzinho daquele raio na cabeça. Pensa em fechar a cortina. Se desvencilha das cobertas emboladas no corpo e levanta. O corpo treme pelo choque de temperatura e você vai fechar a cortina. Mas a curiosidade te impede de fazê-lo e você abre a cortina. Tem um dia lindo lá fora. Um sol quente, um céu azul limpíssimo, céu típico de inverno. Animador... mas a cama... você fecha a cortina e volta pro quentinho dos cobertores embolados e dorme. O celular toca... mas, que coisa! É, não se tem sossego mais pra nada nesse mundo mesmo! E aí você conversa com a pessoa feliz do outro lado da linha, quase morrendo de raiva. Dá graças a deus quando ela desliga e volta pro sono. Mas aí você já não tem mais sono. E aí? Como já não resta mais nada a fazer, você se levanta. E abre a cortina. E deixa a claridade entrar; os olhos ardem com a intensidade da luz. O céu ainda azul. O dia lindo. Você compreende. A vida aqui dentro é mais aconchegante, mas a lá fora... bem, a vida lá fora você nunca vai descobrir se manter a cortina fechada. Por que não arriscar?

Um comentário:

  1. Sei que é detalhe secundário na narrativa, mas...

    Pior que ser acordado por uma ligação indesejada (ou nem tanto) é interromper um banho por causa de uma.

    : p

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