Passava os dias num vai-e-vem entre aqueles corredores. Conhecia todos de cor. Sabia ondem davam todas as portas. Sabia quem esperar atrás delas. Vez ou outra flagrava pessoas e situações engraçadas, vexatórias, entediantes. E diante de todas elas tinha sempre a mesma reação: sorrir, cumprimentar com a cabeça, vez ou outra falar alguma coisa ou fazer um gracejo e retirar-se tão rápido quanto possível, fechando a porta. Gostava de pensar que era invisível.
Aquela tarde tinha sido caótica naqueles corredores. Onde habitualmente pairava silêncio e vazio, havia inquietação, portas abertas, pessoas espalhadas pelo corredor, agitadas, gesticulando. E ela passou no meio delas quase se rastejando para não ser notada. Mas aqueles seres insistiam em notá-la, em lhe fazer perguntas. E atordoada pelas vozes e pensamentos o encontrou. Sorrindo, com um copo de café na mão. E no meio de tantas vozes e gestos naquele corredor, conseguiu ouvir a voz dele. Falou-lhe alguma coisa, sorriu enquanto ia na direção dele. Quando se cruzaram, segurou o ombro dele. Sentiu uma certa eletricidade percorrer-lhe a espinha e o soltou. Se despediu, desejou-lhe sorte e continuou andando corredor adentro. Invisível. Cansada de pensar que gostava de ser invisível. Pensando que agora quem precisava de sorte era ela; sabia o que significava aquela eletricidade. Chegou até a sua porta e entrou sorrindo; aqueles corredores não precisavam ser mais os mesmos. Nem ela.
... e então despediu-se de sua invisibilidade social e (...) viveram felizes para sempre!
ResponderExcluir; )
Começou a escrever...
ResponderExcluirSakei tudo, gata.
;))
uero ser uma corredora, assim que vc decidir cumprir sua promessa de caminhar todos os dias comigo né????????????????????????????
ResponderExcluirbju