22 janeiro 2008

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E conversando, o observador prestava atenção naquele espírito perdido. Os risos, a fala, a gesticulação e as variações de ânimo conforme os assuntos. Tentava adivinhar mil causas para aquele olhar parado repentino após um sorriso ou comentário. Naqueles segundos, devia pensar em alguma coisa, pois logo após fechava os olhos e voltava a sorrir. Reabria os olhos, e estes momentaneamente adquiriam um brilho singular que logo sumia. Mais um sorriso e novamente o olhar parado, distante.
Numa dessas tentativas de adivinhar, os olhos parados se voltaram para os olhos do observador, fixamente. A boca não sorriu, nem houve algum comentário ou movimento. O brilho voltou sem desaparecer. O observador se retraiu, percebendo que nada havia de perdido ali. Sucumbiu.

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