26 outubro 2005
Culpa
Acordei sem saber direito o que havia acontecido na noite anterior, até começar a sentir um gosto de bebida azeda cutucando a minha memória. A mente começou a trabalhar devagar, as cores foram aparecendo aos poucos, as cenas começaram a ter movimento e seqüência lógica. É, a noite anterior foi surreal, será que fiz o que não deveria? Não fiz nada que não quisesse fazer, e além do mais, não fui eu que acendi o pavio. De repente, a culpa se divide entre todos os personagens da noite anterior e se dissipa, fazendo eu me sentir mais leve e suficientemente solta para reviver o acontecido, experimentando todas as sensações sem pudores. O gosto da bebida se torna doce como na noite anterior. É, valeu a pena, fiz coisas que jamais faria em outra ocasião ou com outros personagens. E num estalo, percebo que é a manhã seguinte; logo mais estarei de novo com os personagens, aliás, estarei com os atores, já que os personagens se perderam enquanto amanheceu. O gosto azedo volta à boca e se torna amargo, o estômago revira. Corro até ao banheiro. Minha culpa se pronuncia.
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Sem culpas... Todos quiseram viver... Penso...
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