11 dezembro 2006

Dores de cotovelo.

Sou fã incondicional das dores de cotovelo. Não, não estou mentindo. Não tem coisa mais divertida(depois que passa, é claro). Você se sente a mais miserável das pessoas, afinal de contas, ou ele não gosta mais de você ou ele te trocou por outra! E nesse caso, não é por qualquer uma, é justamente por aquela com a qual ele jamais teria algo. Aí você acorda invariavelmente sem vontade de respirar, de levantar... olha a figura decadente no espelho e chora... tudo lembra ele. Inclusive as coisas das quais ele não gostava, é incrível. Mas a vida continua, e você vai vivendo por osmose, contando 532 vezes a mesma história do fim pra todos os amigos e choramingando sempre que possível. E ouve 532 vezes que ele não te merece, que vai pintar alguém legal e etc. E nessas horas você pensa "Porra, eu não quero alguém legal, eu quero ele!", afinal de contas, ele é o seu número, só ele te entende, sabe te fazer sorrir, sabe fazer aquilo que você gosta na cama e uma infinidade de outras coisas. Aí bate um desespero, porque ninguém mais vai ser como ele e sim, você pensa em fazer tudo para trazê-lo de volta. Os maiores micos te parecem absolutamente normais(paixão é uma coisa que tira o senso de ridículo e a consciência das pessoas) e você vai atrás, sem sucesso. E mais uma vez... bem, perde o sono, chora, quer morrer e etc. E é nessa hora que a situação fica preocupante, porque você já não pensa, não vive, não faz mais nada.
É nessa hora que entram as amigas, sempre elas. Fazem você se produzir, sair de casa para se divertir... e você vai pro bar com aquela má-vontade descomunal. E bebe a noite toda, e disfarça, finge que se diverte, porque na verdade, você queria mesmo era estar na sarjeta com um cachorro(animais sempre entendem as nossas crises existenciais e afins) e uma garrafa de pinga choramingando e esperando ele voltar.
Ele não volta mais, e conforme o tempo vai passando, você vai ficando menos insuportável, começa a sair por vontade própria, as lembranças já não doem tanto e a vida começa a fluir novamente. E quando nota, já está apaixonada por outra pessoa. Que por acaso, também é seu número, te entende e etc. E um belo dia você vê o seu ex na rua. E não se conforma, é claro. Pensa em tudo que passou com ele e em tudo que fez para trazê-lo de volta. E nessa hora, tem vontade de abrir um buraco no chão e enfiar a cabeça ali pra não sair nunca mais. Não é possível que você tenha feito aquelas declarações, mandado aqueles cartões, tenha insistido tanto. Não é aceitável que tenha sofrido tanto, chorado noites a fio, enchido tanto o saco dos amigos. Hora de morrer de raiva de si mesma, pra logo depois agradecer por tudo já ter passado. E agradecer mais ainda por não estar com ele, afinal de contas, pô, era só aquilo? E aí você ri. Porque depois que passa, é engraçado sim. Depois que passa você vê que aquele amor todo, nada mais era que um foguinho à toa. E que o príncipe, bem, o príncipe era tudo(o cavalo dele, o rato, a abóbora), menos o próprio. E que você, bem, você continua sendo você, oras. Isso não é um conto de fadas. E você sobreviveu a dor de cotovelo e ao ridículo. Até o próximo pé na bunda, é claro.

Um comentário:

  1. Anônimo3:40 AM

    Rindo... O príncipe poderia ser qq um... Qq coisa... Exceto ele...
    E só faltou escutar Lola Beltrán 532 vezes... Soy Infeliz......
    ;-))

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