25 outubro 2009

Ardor

Sentiu o tecido da roupa colar em suas costas e acompanhando, um ardor que ia penetrando na pele até chegar na medula. Sentia sua carne queimar e essa sensação foi se espalhando pelas entranhas, que derretiam quase que instantaneamente. Se tornou pastosa por dentro, e antes que conseguisse ver quem tinha lhe causado tanta dor ou esboçar qualquer reação, percebeu sua pele sua ficando pastosa também. Sentia-se desesperada e impotente, e, quando tentou gritar, não conseguiu. Já havia se tornado apenas uma poça de cera derretida espalhada naquele chão frio.

No outro dia, o funcionário da limpeza olhava aquela quantidade de cera espalhada no chão e amaldiçoava quem havia feito aquilo... gente desocupada, pensava.

O causador daquilo, ao passar por ali e não ver nem mais o vestígio da cera no chão limpo, chorou. Nunca mais a veria.

13 outubro 2009

Tratado rolístico do amor

- Ele disse que eu sou a personagem daquele filme, "Dez coisas que eu odeio em você".
- Hahahahaha!
- A durona que é conquistada pelo carinha lindo que morreu, o que fez o filme do caubói veado...
- Hahahaha... sabe em que é baseado o filme?
- Não...
- Em "A Megera Domada"... hahahaha.
- Sério? Nada como uma rola pra domar uma mulher, né?
- Hahaha. Sério mesmo.
- Coisa machista que eu acabei de dizer...
- Ô, menina, prestenção... todas as outras coisas que domam uma mulher a gente tem... então só sobra a rola mesmo pra nos domar... disfarçada da porra de amor.