25 outubro 2009

Ardor

Sentiu o tecido da roupa colar em suas costas e acompanhando, um ardor que ia penetrando na pele até chegar na medula. Sentia sua carne queimar e essa sensação foi se espalhando pelas entranhas, que derretiam quase que instantaneamente. Se tornou pastosa por dentro, e antes que conseguisse ver quem tinha lhe causado tanta dor ou esboçar qualquer reação, percebeu sua pele sua ficando pastosa também. Sentia-se desesperada e impotente, e, quando tentou gritar, não conseguiu. Já havia se tornado apenas uma poça de cera derretida espalhada naquele chão frio.

No outro dia, o funcionário da limpeza olhava aquela quantidade de cera espalhada no chão e amaldiçoava quem havia feito aquilo... gente desocupada, pensava.

O causador daquilo, ao passar por ali e não ver nem mais o vestígio da cera no chão limpo, chorou. Nunca mais a veria.

2 comentários:

  1. calor!
    que surrealismo isso!

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  2. Meu, eu quero meu comentário!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Eu achei isso muito "kafkaniano", o texto e o sumiço do meu comentário!!!

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