29 julho 2005

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Ser nova e se sentir a mais a mais velha das pessoas é algo deprimente. Não sei exatamente quando foi que me tornei a princesinha cínica do castelo de gelo, só sei que o processo foi curto. É como mentir compulsivamente, você começa com uma mentirinha e quando vê, já não sabe mais discernir o que você criou do que realmente aconteceu. E isso envelhece por dentro, tenho a alma carcomida por todas as vezes em que não acreditei em quem me rodeava, por todos os risos cínicos e desânimo diante dos inícios de ilusões que eu nunca tive, por nunca me empolgar realmente com nada.
O engraçado é que sempre percebi isso como se fosse realismo. Eu não era apenas mais uma moça bobinha, ingênua, que se deixa levar pelas emoções. Era uma pessoa forte, ciente de tudo que acontecia na minha vidinha. Grande besteira...
Ainda tento descobrir quem foi ou qual situação me levou a pensar que um ar blasè, uma indiferença calculada resolveria todos os meus problemas. A solidão, o sentimento de inadequação, a timidez, a estupidez latente. Só sei que de uns tempos para cá, saí do estado vegetativo em que me encontrava; claro que não achei o ponto onde tudo começou, o que também já não me interessa mais, já que não posso voltar e não quero tentar consertar o que simplesmente não tem conserto. Mas comecei a ver o outro lado das coisas, vi que um sorriso sincero traz um pouco de paz, sonhar pode ser bom, e o melhor, os sonhos podem se tornar reais quando se luta por eles. Às vezes ainda me flagro com aquele jeitinho de "Ah, não tou nem aí!" para algo que simplesmente adoro, e consigo rir disso e parar de reprimir a empolgação. Tenho a sensação de que descobri os cinco sentidos e ainda estou aprendendo a usá-los. Sei que leva tempo mas, citando Wilde, amar a si mesmo é o começo de um idílio que dura a vida inteira.


* Dedicado a Val, a mais que amiga, confidente e mãe de plantão.

27 julho 2005

Sonho

Meus pés sangravam, mas era necessário correr. Assim como era necessário não se deixar alcançar, resistir, gritar, até agredir se fosse necessário.
Ao longo do trajeto, os dedos foram se perdendo, as solas se desintegrando... meus pés não resistiram. Os braços se soltaram do corpo como se fossem braços de boneca. A boca só conseguiu cuspir sangue. Fiquei inconsciente.
Acordei com o predador ao meu lado, na cama. Alisando minha testa, sorrindo. Olhei em volta, não havia mais ninguém ali. Não havia feridas, só cicatrizes muito discretas, estava consciente. Consciente de que não tinha mais forças. Os braços se abriram e a boca sorriu.

26 julho 2005

Dias negros.

Meu temperamento é foda. Eu deveria andar com silver tape na boca durante a tpm. E um taco de beisebol para as emergências, é claro.

19 julho 2005

Having fun?

"I'll tell another lie for you
Tell you what you wanna hear, but that don't make it true
I'll wear another smile for you
That way you know I'm fine, and having fun with you..."
I'm alright - Stereophonics


Mas a história é bem outra... quando você nota que o negócio é bem mais que diversão, é assustador. Principalmente quando é você que sente isso.

14 julho 2005

Minhas férias

É fato que a vida é minha, o pobrema e o cabelo ruim também são meus etc, etc... então, em sinal de protesto a todos os professores que desde a 5ª série não me deixam escrever livremente sobre o que eu bem entendo, achando que há alguma utilidade prática em escrever sobre o desmatamento, camada de ozônio ou coisa que valha, vou escrever sobre as minhas férias. Sim, as minhas tão lindas e sonhadas FÉRIAS, pessoas (como se para alguém que não trabalha, férias fizessem diferença). Mas ociosidade integral à parte, eu sempre faço planos mirabolantes para as férias, como se tudo fosse mudar, como se eu fosse me libertar de alguma coisa. E misteriosamente, quando as férias acabam, eu não fiz nada do planejado. No final do mês passado fiz uma lista de coisas que deveria fazer durante esse mês a fim de aproveitar o máximo. De umas 15 coisas que listei, fiz umas duas ou três, no máximo. E cheguei a conclusão de que comigo, planejamento não rola (levei uns 15 anos pra descobrir isso - eficiência é o que há). Em compensação, as coisas que não havia planejado e aconteceram foram as mais legais e não aconteceram necessariamente em férias - rá!. Daí, eu concluí outra coisa muito importante para a posteridade: eu não preciso de férias nunca, porque, pelo menos por enquanto, elas só servem para eu permanecer bêbada ouvindo Stereophonics e para choramingar de saudades de quem também saiu de férias.
"Go on and close the curtains
cause all we need is candle light
You and me and a bottle of wine
going to hold you tonight
Well we know I'm going away
and how I wish, I wish it weren't so
So take this wine and drink with me
let's delay our misery..."
Save Tonight - Eagle Eye Cherry

A música perfeita pra última noite. A música perfeita pra ouvir e sentir saudades depois.


Mulher é mesmo um bicho bobo...

06 julho 2005

Fora do ar

Felicidade faz bem, e como faz. Mas pra escrever, sou movida pela frustração. Então, nada de textos por um tempo, acho.