27 julho 2005

Sonho

Meus pés sangravam, mas era necessário correr. Assim como era necessário não se deixar alcançar, resistir, gritar, até agredir se fosse necessário.
Ao longo do trajeto, os dedos foram se perdendo, as solas se desintegrando... meus pés não resistiram. Os braços se soltaram do corpo como se fossem braços de boneca. A boca só conseguiu cuspir sangue. Fiquei inconsciente.
Acordei com o predador ao meu lado, na cama. Alisando minha testa, sorrindo. Olhei em volta, não havia mais ninguém ali. Não havia feridas, só cicatrizes muito discretas, estava consciente. Consciente de que não tinha mais forças. Os braços se abriram e a boca sorriu.

Um comentário:

  1. Anônimo12:10 AM

    Vc anda afinada [afiada] na pena e no verbo... Se fosse uma lâmina, sangraria os olhos de quem lê...
    Smack!

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