20 agosto 2008

Vale quanto pesa

E em Popeland City… jingles de campanha continuam me aterrorizando. Porém, isso não me impede de observar e operar no modo hiena(alguém tem que fazer esse papel).

Eu acho o período eleitoral a época mais ingrata pra todos os candidatos(mentira, eles merecem), aspirantes a qualquer cargo, chupins e afins(pros meus ouvidos também, que conste!). É hora de abraçar o capeta, deixar o orgulho(quando se tem) de lado, de mentir descaradamente, de negar o passado e prometer o futuro, de apertar as mãos e sorrir para tudo e todos. É hora de caçar candidato e dizer que sempre votou nele, procurar contatos pra vestir uma camisa que nem se sabe qual é, participar de reuniões, comícios e afins. Hora de todos venderem as suas almas(partindo do pressuposto de que elas existam…).

Eu poderia ser hipócrita o suficiente para dizer que fico impressionada, frustrada e descontente com isso tudo e que acredito que as coisas poderiam ser melhorzinhas(sim, só melhorzinhas!). Mas não sou. Na verdade, não estou nem aí pra hora do Brasil. Como ser contemplativo e amante da natureza humana que sou, gosto mesmo é de ver a movimentação(embora quisesse mesmo é ver a movimentação que ocorre enquanto as criancinhas dormem). E ver até que ponto as pessoas vão para conseguirem o que tanto querem: seja o poder ou seja um carguinho meia-boca pra colocar o burro na sombra.

É uma época de sentimentos à flor da pele e egos extremamente sensíveis ou inflados, ou as duas coisas juntas ao mesmo tempo. E sim, os egos do pobre eleitorado! Tenho que falar deles. Sempre precisando de um agradinho aqui e ali… sabe como é, né? Todo mundo precisa se sentir importante pelo menos uma vez na vida. E em campanhas, cada um de nós e todos nós ao mesmo tempo temos papel determinante e atuação decisiva sobre o destino dos nossos candidatos do coração(?!). Então, nos façam sentir especiais e nos respeitem como devemos ser respeitados! (sou super a favor de promessas, beijos e abraços calorosos em populares e todas aquelas outras coisinhas bacanas que ocorrem nessa época, inclusive dentaduras novas, se necessário!)

E entre candidatos e correligionários… hm, aqui a coisa fica quente… já que há que se agradar a todos e dar a eles a mesma importância exata no jogo pela tomada do poder. Senão alguém se magoa… e aí, bom, aí é hora de ir assuntar do outro lado, né? Às vezes pode ser que role alguma coisa interessante lá, ainda mais se houver informações em jogo. Que mal há em acender velas pra santos diferentes?… já que: pluralidade de santos = pluralidade de garantias. Ou não, se você for um péssimo agente duplo… mas vão acabar te perdoando. Porque as coisas são assim.

Porque nessa época somos todos mesquinhos, pequenos, interesseiros, egocêntricos. Humanos. Em demasia. E no mais, bem comum, república, democracia e quaisquer outros termos relacionados à política… são só termos dos quais ouvimos falar um dia, mas que não tem significado real. Pelo menos, são muito menos palpáveis que as vantagens que pretendemos e vamos obter. E também, não vence quem faz ou é melhor. Vence quem lida melhor… então mantenham-se sempre humanos. E boa sorte!

… e pelo amor de meu deus, parem com esses jingles!

12 agosto 2008

The surreal life

E em Popeland City, cansaço. Muito cansaço. Generalizado e irrestrito. De faculdade, de estágio, de gente, de homens, de especulações acerca da minha vida pessoal, da minha vida pessoal. E um tédio infinito.

Aliás, ultimamente eu ando vivendo dentro de um livro do Scott Fitzgerald e rezando pra não virar a Zelda Fitzgerald. Festas, vida social agitada… e vazio. O que também me remete à Mrs. Dalloway… rezando pra não virar Virginia Woolf.
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Acerca do serviço público… tive meus 5 minutos de iluminação hoje e conclui que eu realmente não sirvo pra isso. Se por um lado é estável, bacana e blá-blá-blá, por outro… tem todas as mazelas das repartições, egos, briguinhas e afins. Mas o que realmente me frustrou (e muito), foi a minha sensação de comodismo. De me ver cômoda em algum lugar. Pára que eu quero descer! E logo.
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E em Popeland City, os homens são os seres mais incompreensíveis possíveis. Mas vou continuar amando, idolatrando em verso e prosa e etc.

04 agosto 2008

Andar de bicicleta e afins...

Faz tanto tempo que eu não escrevo aqui que às vezes me parece que eu não vou saber escrever mais. Nunca mais…

Mas me ocorreu que escrever em blog deve ser que nem fazer sexo ou andar de bicicleta… depois da primeira vez, você não esquece mais. Fica até meio acanhado quando começa, mas depois o negócio flui e é só alegria. Então vamos lá, coleeeegas!

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Corrida eleitoral em Popeland City, geeente!
Assim, eu tenho me divertido à beça com os jingles de campanha… tem todos os ritmos, pra todos os gostos. A única coisa que eu não entendo é que parece que esse povo só faz campanha em volta do Paço Municipal… puta que o pariu… já decorei quase todos. Já tou naquelas de fazer até coreografia… geeente, pelamordedeus, a cidade é pequena, mas tem outros lugares interessantes pra rodar os jingles também. Existe massa votante além da prefeitura, da imaginação e atrás do arco-íris. Meus tímpanos e afins agradecem.
Como ser observador e com síndrome de hiena… eu observo toda a movimentação e articulação visível e dou risada. É candidato pra constar, pra tirar licença e não trabalhar, pra vender candidatura… um luxo. Acredito que deve haver uma meia dúzia de dois ou três realmente dispostos a trabalhar, mas desses ninguém sabe e ninguém viu. Bom mesmo é saber que fulano fez isso ou aquilo, roubou, enganou, tem um caso com fulaninha e afins. Claro que eu entendo que fofoca e o lado humano de todos é o sal da terra e tals, mas vamos combinar… se alguém tem competência ou não… isso não tem muito a ver com pular a cerca, por exemplo. Mas somos brasileiros e sim, nossas relações interpessoais são exageradamente mais importantes do que qualquer competência pessoal que possamos ter. Viva o “Você sabe com quem está falando?”!!!!
Por enquanto, é só. Mais boletins durante a nossa programação. Vai ser a cobertura tosca da corrida eleitoral popelandense! Sem fins lucrativos, sem querer vender idéias e sem mensagens subliminares da propaganda do Marlboro.

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Hum. Realmente, escrever é que nem fazer sexo. A gente não esquece e etc, etc… (eu não sei andar de bicicleta)