13 setembro 2009

Lover, you should've come over*

Não, seja sensato... acabou. Naquele exato momento em que desliguei o telefone. No momento em que o silêncio e a distância se fizeram mais necessários do que qualquer palavra/sentimento dita/expressado entre nós.
Acabou... a partir do momento em que decidi que podia andar sozinha, sem você como sombra, me rondando, cercando onde quer que eu fosse. Estando no meu pensamento, entre minhas companhias, entre meus lençóis com outros.
A partir daquele momento foi tarde para qualquer coisa - nenhum de nós jamais poderia ter partido para onde quer que fosse sem o outro. E partimos, não? Sobrevivemos... outra vida, outras pessoas, outros lençóis.
Eu não devia sentir a sua falta, mas senti. Muito, aliás. Nos meus dias bons... nas noites solitárias, nas situações corriqueiras. Eu precisava que você estivesse ali comigo... fazendo o que quer fosse, mesmo que isso fosse você mordendo meu pescoço e dizendo que era pra eu relaxar, que tudo ficaria bem.
Num desses dias de saudade, procurei você, na esperança de reencontrá-lo como antes e seguir em frente. E talvez porque me amasse, você voltou. E tivemos dias bons, dias ruins e apenas dias. 
Tive uma sensação de felicidade estranha - você era meu de novo. O que eu não percebi foi que - sim, talvez você seja meu, porém, eu não sou mais sua, mesmo me jogando descaradamente nos seus braços. Porque talvez, você possa até ser o mesmo que amei, mas eu sou outra. E isso torna tudo diferente: a sensação nunca mais vai ser a mesma. Porque o talvez-você-ainda-seja-o-mesmo vai se transformar em uma sombra e, por mais que eu permaneça com você, somos outros, e diferentes. Não vai adiantar se esforçar, a sensação de estar um com o outro nunca mais vai se repetir. E por mais que eu tenha medo de me arrepender, o melhor a fazer é ir embora. É te deixar e não voltar.
Sim, somos jovens, e por isso mesmo... temos a vida toda pela frente para sermos quem quisermos... com outros. Por favor, vá. E feche a porta. Tudo tem um fim, por mais que pareça que nunca vai acabar.






* - Jeff Buckley.

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