03 junho 2005

Sempre as mesmas coisas

Da natureza de algumas relações...
Noite de sábado, elas sairiam. Já tinham combinado, era aniversário de um amigo e ficante de uma noite das duas. Seria divertido, afinal, todos os amigos estariam lá. Beberiam muito e provavelmente, na ressaca, não saberiam como tinham ido dormir em suas respectivas camas. Pelo menos era isso que imaginavam.
Noite de sábado, elas saíram. Nada deu certo: não havia festa no local combinado, nenhum dos amigos atendia o telefone ou não estavam, todas as pessoas na rua pareciam alegres demais para um sábado em que nada dava certo.
Noite de sábado, idéias brilhantes. Resolveram sair sem destino certo; quase sofreram um acidente na rodovia. Isso era viver perigosamente. Pararam em um bar movimentado, vários casais, algumas famílias, todos se divertiam bastante. Compraram duas cervejas e saíram. Sem destino, aquele era mais um sábado.Final da noite de sábado, riam juntas e bêbadas. Depois de vários bares e vários acasos, voltaram para casa, ainda conscientes. O que as mantinha unidas com certeza era um mistério, mas se divertiam assim. Havia um pacto de silêncio que não permitia que ambas se enxergassem, ou melhor, que não exergassem o contexto da vida que levavam. Mas sempre afirmavam que estava bom assim. Pagavam o preço com um sorriso e uma cerveja. Era o ritual de todo sábado.


Um ano depois, o ritual ainda é o mesmo. Mas o gosto se tornou um pouco amargo.

Um comentário:

  1. Anônimo3:21 PM

    Sei não... Fiquei pensando, se não seria bom de vez em qdo, colocar um tablete de açúcar na boca... Achei meio travoso, até a cerveja gelada entrou com um certo travo...
    Deve ser por isso que comer soja é quase um banquete nababesco...
    Smack!

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