1 - Costurar
2 - Jogar bilhar
3 - Tocar algum instrumento
4 - Andar a cavalo
5 - Preparar drinks coloridos
19 setembro 2006
Saudade
Marcelo é um homem encantador, isso é fato. Dono de uma ingenuidade que às vezes parece calculada, de um sorriso cativante, de um olhar quase infantil que se torna o mais penetrante em questão de segundos e de uma cicatriz que desperta desejos estranhos.
Marcelo é um menino encantador. Um pouco desnorteado pelas situações que viveu, meio voltado para o mundo dele, tímido, observador, tranqüilo.
Marcelo é encantador. Carinhoso, cuidadoso, paciente, engraçado.
Marcelo. O homem que não deixou de ser menino, ou o menino que ainda não descobriu o homem em si.
Homem. O colo enorme, o abraço apertado, o beijo que varia do mais lascivo ao mais casto.
Encantador...
Marcelo é um menino encantador. Um pouco desnorteado pelas situações que viveu, meio voltado para o mundo dele, tímido, observador, tranqüilo.
Marcelo é encantador. Carinhoso, cuidadoso, paciente, engraçado.
Marcelo. O homem que não deixou de ser menino, ou o menino que ainda não descobriu o homem em si.
Homem. O colo enorme, o abraço apertado, o beijo que varia do mais lascivo ao mais casto.
Encantador...
14 setembro 2006
5 razões que me levam a crer que adotar um panda é melhor que casar ou comprar uma bicicleta
1- Eu não sei andar de bicicleta. Nunca tive saco pra aprender, e quando tentei, não tive equilíbrio suficiente. Bicicletas são muito dispensáveis, ainda mais depois que se aprende a dirigir carros. E pandas também não sabem andar de bicicleta e são felizes assim.
2- O panda é um bicho fofo, convenhamos. Tá, tá, ele é agressivo, mas e daí? É só deixar ele quieto no canto dele comendo bambu. Um homem não é tão agressivo quanto um panda, mas não pára de te encher o saco quando você dá bambu pra ele.
3- Casar necessariamente implica em uma série de gastos pro resto da vida. A não ser que haja um divórcio, mas pensando bem, neste caso e do jeito que andam as coisas hoje em dia, é capaz de ter muito mais gastos ainda, inclusive com pensão alimentícia. E fora aguentar sogra(que nunca deixa de ser parente) e afins. Pandas não têm esse problema. Tá, você gasta uma nota com ele, mas a mãe cri-cri dele não vem incluída no pacote.
4- Pandas estão em extinção, homens não. Homens sempre vão encontrar outra. Como há poucos pandas no mundo, dificilmente o panda vai te trocar por outra. E há a sensação de estar fazendo o bem pro mundo, o que convenhamos, dificilmente vai acontecer quando você adotar um homem.
5- O panda é basicão, preto e branco e lindo. Nunca vai estar fora de moda, ao contrário daquele sujeitinho vestido com uma pólo, calça bag e mocassins.
Fora essas, há a razão maior de todas: sofro de idéia fixa. Amor incondicional aos pandas.
2- O panda é um bicho fofo, convenhamos. Tá, tá, ele é agressivo, mas e daí? É só deixar ele quieto no canto dele comendo bambu. Um homem não é tão agressivo quanto um panda, mas não pára de te encher o saco quando você dá bambu pra ele.
3- Casar necessariamente implica em uma série de gastos pro resto da vida. A não ser que haja um divórcio, mas pensando bem, neste caso e do jeito que andam as coisas hoje em dia, é capaz de ter muito mais gastos ainda, inclusive com pensão alimentícia. E fora aguentar sogra(que nunca deixa de ser parente) e afins. Pandas não têm esse problema. Tá, você gasta uma nota com ele, mas a mãe cri-cri dele não vem incluída no pacote.
4- Pandas estão em extinção, homens não. Homens sempre vão encontrar outra. Como há poucos pandas no mundo, dificilmente o panda vai te trocar por outra. E há a sensação de estar fazendo o bem pro mundo, o que convenhamos, dificilmente vai acontecer quando você adotar um homem.
5- O panda é basicão, preto e branco e lindo. Nunca vai estar fora de moda, ao contrário daquele sujeitinho vestido com uma pólo, calça bag e mocassins.
Fora essas, há a razão maior de todas: sofro de idéia fixa. Amor incondicional aos pandas.
10 setembro 2006
Balanço...
Um dia eu vou ter 40 anos e vou continuar não sabendo nem quem sou e muito menos o que quero da minha vida. Talvez seja bom ser uma pessoa indefinida - você sempre tem livre circulação pra onde quer que vá e isso te proporciona um certo jogo de cintura pra lidar com todo tipo de gente e diversidade de situações. Não tenho reclamações a respeito disso, que fique claro. Mas a grande sacada é que ao mesmo tempo em que isso é muito bom, te faz perceber que você não pertence a lugar nenhum, você só circula e não tem ponto fixo, é aquele lance de ser cidadã do mundo. Ou apatriada, segundo uma grande amiga(te amo!).
Aí, você acorda num domingo, com uma ressaca progressiva(ainda vou desenvolver a minha teoria a respeito dela), descabelada, com a maquiagem toda borrada e vai pro espelho. Olha, olha e observa bem e chega a conclusão de que, realmente, você não sabe quem é. Hey, brilhante! Aí, nesse momento sempre vem uns flashes de momentos da sua vida que você prefere esquecer, mas eles estão lá pra te dar uma referência do que você pode ser(é, ressaca sempre aumenta o sentimento de culpa e inadequação). E como nem tudo é só desespero, a gente sempre se lembra também das melhores situações e sorri pra figura decadente no espelho. E começa a refletir... sim, minha vida é caótica mesmo, principalmente no que tange ao emocional. Mesmo porque não dá pra ter maturidade intelectual e emocional ao mesmo tempo - tou chegando na casa dos 40 na primeira e na segunda não alcancei nem os 18 anos ainda. E é justamente a dos 18 que é mais pitoresca, por assim dizer. Ando numa fase de paixonites e afins, tudo muito intenso, mas muito rápido e ao mesmo tempo superficial. Tá, nem vou enganar ninguém, não sou dada a relações de profundidade - ou me decifra ou simplesmente convive-se com uma estranha. Mas tou cansada disso, muito cansada. A intensidade parece que esgotou toda a minha capacidade de sentir realmente. É como usar drogas, você se empolga com o barato que vai te dar, barato que você até tinha antes de usá-las sem nada, mas depois que vicia não tem mais se não usar. Mas ainda, para a minha sorte, não cheguei na mecanização total(uhu, ainda há algo de humano nessa pobre alma!). E aí num daqueles insights você descobre que sente algo por alguém. Algo indefinido, mas algo(vamos convir que pra alguém indefinido, algo é um bom sinal). E o mais legal de tudo isso, é que eu não sei lidar com isso porque a minha maturidade não consegue diferenciar bloody mary de piña colada. E aí rolam aqueles lances de valorizar algo inalcançável que talvez nem seja o ideal e não ver algo bacana que tá ali, na prateleira de baixo. Chegamos ao ponto onde eu queria: é madrugada de segunda-feira e eu sei o que quero. O que, como e o porquê.
Se eu vou conseguir ou não, não sei. Como vou conseguir, também não faço a mínima idéia. E o porquê vai servir para, no futuro ou agora no presente mesmo, justificar os meus atos - como se a gente sempre precisasse se justificar. Em algumas situações, você justifica tudo o que faz porque isso te faz menos incompetente e te livra de pelo menos uma parcela da culpa pelo que houve. Em outras, você faz e pronto - sem justificativas, porque no final das contas, você fez o que pôde e como pôde. E dentro disso, você escolhe seguir feliz ou não. Hoje, necessariamente, eu estou escolhendo ir em frente e ser feliz. Sem justificativas. E sem máscaras ou maquiagem borrada de ressaca. Porque afinal de contas, era só sombra preta e olheiras de mais uma noite mal dormida. E pertencer a algum lugar fixo é como não mudar de idéia por não as ter. E convenhamos, nada é pouco ou pequeno quando se tem idéias, um bom estojo de maquiagem, e claro, um sentimento, mesmo que indefinido. Uma piña colada ou um bloody mary também cairiam bem, mas bem, deixa isso pra teoria da ressaca progressiva. Cheers!
Texto começado na tarde de 10/09 e terminado na madrugada de 11 para 12/09. Apatriada, ele não sairia sem você. Te amo!
Aí, você acorda num domingo, com uma ressaca progressiva(ainda vou desenvolver a minha teoria a respeito dela), descabelada, com a maquiagem toda borrada e vai pro espelho. Olha, olha e observa bem e chega a conclusão de que, realmente, você não sabe quem é. Hey, brilhante! Aí, nesse momento sempre vem uns flashes de momentos da sua vida que você prefere esquecer, mas eles estão lá pra te dar uma referência do que você pode ser(é, ressaca sempre aumenta o sentimento de culpa e inadequação). E como nem tudo é só desespero, a gente sempre se lembra também das melhores situações e sorri pra figura decadente no espelho. E começa a refletir... sim, minha vida é caótica mesmo, principalmente no que tange ao emocional. Mesmo porque não dá pra ter maturidade intelectual e emocional ao mesmo tempo - tou chegando na casa dos 40 na primeira e na segunda não alcancei nem os 18 anos ainda. E é justamente a dos 18 que é mais pitoresca, por assim dizer. Ando numa fase de paixonites e afins, tudo muito intenso, mas muito rápido e ao mesmo tempo superficial. Tá, nem vou enganar ninguém, não sou dada a relações de profundidade - ou me decifra ou simplesmente convive-se com uma estranha. Mas tou cansada disso, muito cansada. A intensidade parece que esgotou toda a minha capacidade de sentir realmente. É como usar drogas, você se empolga com o barato que vai te dar, barato que você até tinha antes de usá-las sem nada, mas depois que vicia não tem mais se não usar. Mas ainda, para a minha sorte, não cheguei na mecanização total(uhu, ainda há algo de humano nessa pobre alma!). E aí num daqueles insights você descobre que sente algo por alguém. Algo indefinido, mas algo(vamos convir que pra alguém indefinido, algo é um bom sinal). E o mais legal de tudo isso, é que eu não sei lidar com isso porque a minha maturidade não consegue diferenciar bloody mary de piña colada. E aí rolam aqueles lances de valorizar algo inalcançável que talvez nem seja o ideal e não ver algo bacana que tá ali, na prateleira de baixo. Chegamos ao ponto onde eu queria: é madrugada de segunda-feira e eu sei o que quero. O que, como e o porquê.
Se eu vou conseguir ou não, não sei. Como vou conseguir, também não faço a mínima idéia. E o porquê vai servir para, no futuro ou agora no presente mesmo, justificar os meus atos - como se a gente sempre precisasse se justificar. Em algumas situações, você justifica tudo o que faz porque isso te faz menos incompetente e te livra de pelo menos uma parcela da culpa pelo que houve. Em outras, você faz e pronto - sem justificativas, porque no final das contas, você fez o que pôde e como pôde. E dentro disso, você escolhe seguir feliz ou não. Hoje, necessariamente, eu estou escolhendo ir em frente e ser feliz. Sem justificativas. E sem máscaras ou maquiagem borrada de ressaca. Porque afinal de contas, era só sombra preta e olheiras de mais uma noite mal dormida. E pertencer a algum lugar fixo é como não mudar de idéia por não as ter. E convenhamos, nada é pouco ou pequeno quando se tem idéias, um bom estojo de maquiagem, e claro, um sentimento, mesmo que indefinido. Uma piña colada ou um bloody mary também cairiam bem, mas bem, deixa isso pra teoria da ressaca progressiva. Cheers!
Texto começado na tarde de 10/09 e terminado na madrugada de 11 para 12/09. Apatriada, ele não sairia sem você. Te amo!
09 setembro 2006
“Die Verwandlung”
Há momentos em que me vejo criança perdida, um não-sei-o-quê de infantilidade me domina... Perdida entre solidões, multidões, mutilações e restos de sonhos, meus sonhos...
Devo mudar minha fé, minhas crenças, meus afetos, desafetos... Erguer um muro ao meu redor, ou então destruir o que me cerca...
Acho que Kafka quando escreveu “Die Verwandlung”, deveria imaginar que no futuro, em algum lugar do hemisfério sul, teria uma legítima representante kafkaniana: eu!
Algo está acontecendo comigo que vai além da modificação física, é sobretudo, uma alteração de comportamentos, atitudes, sentimentos e opiniões. Atenho-me de forma minuciosa ao meu derredor, há um certo tempo venho dispensando um olhar indiciário a tudo e todos... Acho que não quero mais perder tempo com o que de acordo comigo, não vale a pena. Ando rigorosa com o meu tempo, é tudo o que tenho para gastar à vontade: tempo. Mas quero economizá-lo, ainda assim...
Porque penso ser um desperdício gastar meu excessivo e precioso tempo, com as coisas desse absurdo mundo em que vivemos.
Ando transformando-me, incansavelmente, uma metamorfose dentro de várias metamorfoses. Embora não tema as mudanças diárias que me submeto e que a vida também me submete. Mas enjoei de tantas coisas, ando enojado de retalhos do mundo, retalhos esses que formam o todo.
Ando tão intranquila como o foi Gregor Samsa, quando acordou inseto... Assim estou, inseto, enclausurada em meus limites, em meus anseios, desejos, muitos deles sequer pensados às claras, são desejos perigosos... É perigoso demais pensar... Ando pensando demais, melhor voltar ao ser caricaturado que sempre fui, tanto na virtualidade, quanto no lado tangível da vida... Escondi-me tanto, que às vezes eu me procuro e não me acho... Como poderá achar-me a vida??
Melhor que ela não me procure mulher, pois estarei borboleta;
Que não me procure mãe, pois estarei estrela;
Não me procure amiga, pois estarei nuvem eclipseando luares;
Não me procure loba, pois estarei dispersa em campinas sombrias, em matas densas...
Não me procurem. Estou fechada para balanço.
Bye, bye, cruel world....
By Boca....
02 setembro 2006
A conta
Laís já havia bebido, dançado e rido o suficiente naquela noite. A noite tinha sido perfeita até aquele momento: os amigos estavam todos divertidíssimos, o bar era ótimo, a banda perfeita - ela tinha a nítida impressão de que os músicos adivinharam tudo o que ela gostava de ouvir e tocaram, tinha conhecido figuras novas e pra completar, tinha beijado um carinha que paquerava há tempos. Mas naquele momento, lembrou-se dele e pensou que seria perfeito se estivesse ali. Seria a companhia perfeita, sabia que ele gostava das músicas, do tipo de ambiente. Talvez gostasse de seus amigos e se divertisse com eles. Talvez gostasse dela e a beijasse, por que não? Talvez...
Pegou sua tulipa e encerrou ali o seu número de moça solitária bebendo encostada no balcão; pediu a conta e achou melhor ir pra casa. Talvez essa impressão passasse junto com o efeito do álcool, talvez fosse só saudade mesmo. Talvez só o tempo fosse dizer o que era.
Pegou sua tulipa e encerrou ali o seu número de moça solitária bebendo encostada no balcão; pediu a conta e achou melhor ir pra casa. Talvez essa impressão passasse junto com o efeito do álcool, talvez fosse só saudade mesmo. Talvez só o tempo fosse dizer o que era.
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