19 agosto 2005

Sorrisos

Contava-lhe suas histórias enquanto ela o observava atentamente e sorria. Entre uma história e outra, ele perguntava o motivo do sorriso e ela dizia que não era nada e continuava sorrindo. No íntimo, ela só conseguia pensar em como ele conseguia levar o monólogo adiante, ignorando a presença dela ali, como se conversasse consigo mesmo. Ele não conseguia entender o porquê do sorriso e do silêncio, sentia-se estranho diante da indiferença dela.
Ela prestava atenção nas pintas que ele tinha no braço direito quando o ouviu dizer que estava cansado; decidiu ir embora. Levantou, vestiu-se e o beijou. Já no carro, abriu um último sorriso, e dessa vez ele também sorriu. Talvez fosse a última vez, talvez fosse uma dessas vezes ruins, só o tempo diria.

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