19 novembro 2007

Sensibilidade, outra...

...diferente daquela do toque, do abraço, de ouvir a fala de outra pessoa. Diferente de sentir a respiração compassada enquanto a outra dorme, nem um pouco parecida com aquela ao falar quando alguém te confessa alguma coisa. Poderia até ser parecida com aquela que você tem quando lida com os sentimentos alheios, mas também não é.
A sensibilidade a qual me refiro é aquela em que você não tem a pessoa presente, mas ainda assim lida com ela. Ouvindo uma música ou vendo um filme que ela gosta. Tentando se colocar no lugar e pensar no que ela sente, tentando captar as sensações em seu lugar. É uma sensibilidade curiosa, que te aproxima das pessoas através de outras coisas e faz enxergar muitas coisas que não são ditas, mas estão lá, onipresentes. As várias nuances dos sentimentos que nutrem em relação a si mesmas, ao mundo, à maneira de enxergar o que está a sua volta.
Você consegue compreender através dos códigos que todas aquelas letras sem sentido e agressivas às vezes dão lugar a melodias que pedem um pouco de paz de espírito ou letras que remetem à felicidade, tranqüilidade. Que às vezes, o humor negro e inteligente habitual dá lugar a diversão com humor leve, pastelão. E que a maneira distorcida de ver o mundo se transforma num amor incondicional por paisagens bucólicas. Você consegue montar algumas peças do quebra-cabeça que faltavam ou um pedaço novo e ver a pessoa de maneira diferente. Sentir de maneira diferente, muitas vezes, outra pessoa...

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