13 fevereiro 2007

Convivência

- Mas nós vamos mesmo discutir isso de novo, Marcela?
- Por que não? O que é que você esconde, hein?
- Já disse que nada! Que saco. Mulherzinha insistente...
- "Mulherzinha"? Tá vendo?! Cansei dos seus "inhas".
- Cansou mesmo? Que bom.
- É definitivo, isso?
- Isso o quê?
- Esse "Que bom".
- Entenda como quiser. De nada adianta eu dizer que não, você vai distorcer tudo mesmo.
- Distorcer? Tá, não digo mais nada.
- Vamos parar essa discussãozinha que não vai nos levar a lugar nenhum?
- Porque você nunca pode ir direto ao ponto?
- Ué, estou indo direto ao ponto agora. Quer que eu seja mais claro?
- Por favor.
- Você me tira do sério sempre, desconfia, distorce, dá sua versão dos meus fatos. Eu não aguento mais! Qual é a sua? Você gosta disso? Te excita?
- Fica lindo quando bravo...
- Estou exausto.
- ...
- Não vai dizer nada?
- O que quer que eu diga?
- Cansou?
- Eu te amo.
- O quê?
- Eu te amo.
- Ama?
- Amo. Muito.

Ele a abraçou e pensou que jamais a entenderia, mas seria melhor assim. Embora fosse doentio, não saberia como conviver com ela se fosse diferente; no fundo gostava daqueles joguinhos emocionais. Amava-a assim. Um dia se cansaria definitivamente do ciúme, da desconfiança e de todo o resto, mas enquanto isso não acontecia, era melhor parar de pensar e de tentar compreendê-la. Aquela mulherzinha era para a convivência, não para ser entendida. Beijou-a, resignado.

Um comentário:

  1. Anônimo12:22 PM

    Gente, ô ser complexo! Mulheres, complexidades a toda prova... Coisa insegura é a tal da mulher, vou te contar viu... Mas e será que mudando ele a amaria? Hum, vou pensar sobre isso, ou deixemos isso pra lá??
    ;-))))

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