... Enquanto esperávamos a saída da Serenata, ficamos na Pça de São Pedro, olhando as pessoas, comungando da atmosfera musical e sentindo o cheiro de jasmins, muito comum em minha Olinda. E foi então que demos conta do casamento religioso que estava sendo celebrado na igreja de São Pedro... Quando os noivos [agora marido e mulher] saíam e recebiam a chuvarada de arroz, começamos a aplaudi-los... Beijavam-se amorosamente nos degraus da secular igreja sob nossa chuva de aplausos e assovios... Ô povinho que não se manca, esses sem-convites... Mas estávamos contentes e torcendo pela felicidade do casal, que repentinamente começaram a interagir com a inesperada platéia que não foi convidada... A cada beijo, mais gritos e apalusos... Quando quase entrou no carro, a noiva desistiu e decidiu jogar o buquê para os espectadores... Quando olho pra cima, deparo-me com um belo buquê de rosas vermelhas, vindo, vindo, vindo... Em minha direção... E agora? Só dei um passo pra esquerda [sempre à esquerda] levantei os braços... E o buquê estava em minhas mãos... No melhor estilo 'vai que é tua Taffarel'... Em seguida, uma legião de mulheres histéricas, enlouquecidas vieram pra cima de mim com tudo... E ótima jogadora de 'handbol' que fui, dei um belo drible naquela manada de loucas... E fiquei com o buquê... Óquei, admito que algumas rosas se despetalaram diante da truculência daquelas insanas... O que a mulherada não entendeu é que eu não estou à caça de um marido... O buquê veio até a mim sem esforço algum de minha parte... Disse-lhes com meu ar de deboche: podem ficar com o marido que porventura seria meu... Eu quero mesmo é o buquê, afinal eu NUNCA peguei um buquê na vida... Nunca havia tido um em minhas mãos. Nem meu, nem de ninguém... Agora sim, posso dizer que já peguei um buquê. Marido? Obrigada, ainda é cedo pra outro... Será que uma mulher não pode em vez de desejar um marido, ambicionar um buquê? Mas e o buquê? Ah, [d]esse eu não abri mão...
Nenhum comentário:
Postar um comentário