16 fevereiro 2007

Preocupante

Há muito tempo deixei de assistir telejornais por motivos simples: o sensacionalismo é algo extremamente irritante e é exaustivo ligar a tv e ver a mesma notícia de um modo diferente durante vários dias, geralmente explorando a desgraça alheia. Acho isso extremamente degradante, ao passo que, bom, outras matérias que poderiam ser interessantes realmente não costumam render ibope. Outro motivo é que sempre preferi a imprensa escrita e convenhamos, há todo um ritual para se ler um jornal diariamente ou uma revista, e o ritual costuma ser bastante prazeroso para quem gosta, que é o meu caso. E há também os sites dos jornais com notícias novas todo minuto - acho que a vantagem, além da atualização mais que constante, é o fato de a notícia vir enxuta, sem floreios, rodeios. E se você não sabe direito do que se trata a notícia, bom, é só clicar no link abaixo para notícias anteriores relacionadas. Muito prático.
Ainda, em se tratando da imprensa de modo geral, há a questão das notícias serem tendenciosas ou não. Sempre vejo alguém comentando que "Ah, você lê a revista X? Essa revista é um lixo, é tendenciosa e etc...". Particularmente, não acredito em imprensa imparcial, porque de uma maneira ou de outra, todo meio de comunicação serve para expressar as suas idéias, então nada mais natural que puxar a sardinha para o seu lado, por mais que se tente ser imparcial - é algo intrínseco do ser humano. O que acho condenável é simplesmente não ler algo por esse motivo, como se você ao ler, fosse ser contaminado por algum mal. É como só ouvir um tipo de música e falar mal do resto, como se aquela fosse a única opção, e não é bem assim. Acho que você constrói suas opiniões através de várias outras, e para ter uma idéia formada é interessante que se leia os dois lados da história(tendo consciência de que cada uma vai emitir uma opinião voltada para o seu lado) e a partir daí sim, construir o seu próprio pensamento. A revista X ataca fulano de tal? Ótimo, que bom que sei disso, mas vou ler do mesmo jeito. A Y defende? Bom também, vamos ver o que ela tem a dizer. Considero esse exercício muito saudável, no final das contas, você acaba separando o joio do trigo.
Sobre a tv, bem, o escarcéu que fazem é digno de pena. Eu sou a favor de que cobrem atitudes das autoridades competentes(mesmo porque acredito que isso seja uma das funções sociais da imprensa), mas não precisa fazer um circo em torno disso. E além disso, há os absurdos que falam sobre a polícia e a justiça no geral. Claro que há deficiências em ambas instituições, mas não se pode generalizar nem dizer coisas sem saber do que realmente se trata. Se um policial mata alguém, a polícia toda não presta. Se a justiça não condena um possível culpado, é ineficiente. Esse tipo de coisa faz com que eu realmente prefira ler um jornal, a notícia na internet do que ver tv. Fora o fato de todos os telejornais serem muito parecidos - o que é entediante-, os sensacionalistas, os da madrugada, os do horário nobre... todos muito iguais.
Acerca disso tudo, o questionamento que surge é: como é que fica uma pessoa comum diante de tudo isso? Dessa avalanche de informações, tendenciosas ou não, sem a mínima noção do que realmente acontece ao seu redor e sem cultura suficiente para discernir o que é bom do que não é?

É... preocupante.

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